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O dia que entendi o que é racismo estrutural até chorei, diz Luiza Trajano

Executiva do Magalu participou do Roda Viva e falou de economia, sociedade, negócios, e o programa de trainee com vagas exclusivas para negros

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho administrativo do Magazine Luiza. (Lailson Santos/Divulgação)

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho administrativo do Magazine Luiza. (Lailson Santos/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 11h59.

Última atualização em 6 de outubro de 2020 às 15h09.

Na noite da última segunda-feira, 05, a executiva Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, participou do programa de televisão Roda Viva e abordou assuntos como economia, sociedade, política, negócios, e claro, foi questionada sobre o programa de trainee anunciado em setembro pelo Magalu com vagas exclusivas para jovens negros.

Quando anunciado pela empresa, o programa passou a ser um dos temas mais falados nas redes sociais, sendo apoiado e acusado de "racismo reverso". Segundo Trajano, a medida reforça a cultura da empresa e a busca pela equidade.

"Passou por um comitê isso, não é assim. Teve jurídico no meio. Não foi uma coisa de oba-oba. Não foi para mudar o Brasil, mas para mudar uma realidade nossa. Temos mulheres em alto cargo na empresa e não estávamos conseguindo ter negros. É muito importante tocar nisso. Não era um programa para criar essa polêmica", disse no programa. 

Para ela, mais do que uma iniciativa da empresa, foi um entendimento marcante pessoalmente. "Nós temos que entender mais o que é racismo estrutural. No dia em que eu entendi, eu até chorei, porque eu sempre achei que eu não era racista. Nós temos que educar o que é o racismo estrutural. Eu brinco até que o nosso programa tem que ser perfeito, porque todo mundo olhou", afirmou. 

Luiza Trajano disse ainda sobre a necessidade de realizar uma ação afirmativa quando as pessoas não partem do mesmo lugar. Na companhia, 53% dos funcionários são negros, mas apenas 16% estão em cargos de liderança. Dos últimos 250 entrantes no trainee, apenas 10 foram negros.

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