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O contra-ataque da Cielo contra Stone e PagSeguro

Maior empresa de pagamentos do país divulga resultados em meio a momento de euforia com as novatas

Imagem de arquivo: Em 2014, a Cielo detinha 53,7% de participação de mercado, e hoje detém 51,5% (Cielo/Divulgação)

Imagem de arquivo: Em 2014, a Cielo detinha 53,7% de participação de mercado, e hoje detém 51,5% (Cielo/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 06h52.

Última atualização em 30 de outubro de 2018 às 06h55.

A Cielo, que durante anos reinou de maneira incontestável no mercado de meios de pagamento no Brasil, terá nesta terça-feira nova oportunidade mostrar sua capacidade de se sobressair às novatas. A empresa irá divulgar seus resultados hoje, 30, depois do fechamento do mercado, e analistas devem ficar de olho nas margens, (um pouco) apertadas por conta da concorrência.

Para conquistar o mercado que sempre foi da Cielo, entrantes como Stone e PagSeguro adotaram uma estratégia agressiva de preços. O resultado, para a Cielo, foi a redução das taxas cobradas em transações e da base de equipamentos instalados, impactando as margens do setor como um todo.

Em 2014, a Cielo detinha 53,7% de participação de mercado, e hoje detém 51,5%. A margem EBITDA reportada em 2014 foi de 49,7% e 45,5% em 2017, segundo dados da XP Investimentos. No segundo trimestre do ano, último resultado divulgado, a margem foi de 39,2%. Ainda faz da Cielo uma das empresas mais rentáveis do país, mas mostra que a tendência é de aperto.
No último trimestre, a receita operacional foi de 2,93 bilhões de reais, com lucro líquido de 817,5 milhões de reais, queda de 17,8% em relação ao trimestre anterior.

Controlada pelo Bradesco e Banco do Brasil, a Cielo se preparou para bater de frente com concorrentes que também eram controlados por grandes bancos, como Rede, do Itaú, e Getnet, do Santander. Mas, nos últimos anos, novas empresas viraram o mercado de pernas para o ar, com taxas menores, sem cobrança de aluguel e outras benesses aos varejistas.

A PagSeguro, que abriu capital em janeiro, e a Stone, que fez seu IPO em outubro, têm valor de mercado muito similar à Cielo, de 33,5 bilhões de reais. Há inúmeras outras maquininhas de cartões, como a Point do Mercado Pago, fintech do Mercado Livre, e novatas da Magazine Luiza e do Assaí, atacarejo do Grupo Pão de Açúcar.

Para recuperar o terreno perdido, a Cielo busca conquistar pequenos lojistas e outros meios de pagamento não digitais. Um de seus trunfos é a venda das máquinas Stelo, empresa adquirida por ela, que fez a base total instalada crescer 0,5 ponto no segundo trimestre de 2018, a primeira alta depois de dez trimestres em queda.

Há muito campo para crescer no país. Os cartões representam em torno de 30% do consumo privado no Brasil, sinal de que ainda há muita gente usando dinheiro, cheque e boleto.

Em setembro, a empresa lançou um celular 2 em 1, que funciona de forma independente e que se transforma em uma máquina de cartão. Também lançou o pagamento por QR Code. No dia 5 a empresa terá um novo presidente, o terceiro em quatro meses: Paulo Caffarelli, ex-presidente do Banco do Brasil. Seu maior desafio será mostrar que a Cielo, moldada com a cabeça dos bancões, consegue liderar um mercado dominado por fintechs.

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