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“Eu nunca quis ser empreendedora”, diz Mariana Dias, CEO da Gupy

Em entrevista especial, a cofundadora da startup de recursos humanos contou um pouco de sua trajetória, além dos desafios de ser mulher e empreendedora

Mariana Dias, CEO da Gupy (Exame/Exame)

Mariana Dias, CEO da Gupy (Exame/Exame)

Luciana Lima
Luciana Lima

Repórter de Carreira

Publicado em 29 de março de 2023 às 14h30.

Última atualização em 29 de março de 2023 às 15h10.

Fundada em 2015, a Gupy, plataforma que usa inteligência artificial para recrutamento, é hoje uma das principais startups de recursos humanos do Brasil. Com mais de 4 mil clientes e 36 milhões de usuários, a startup vem dobrando de tamanho todos os anos. Em 2022, atraiu investidores de peso, quando recebeu um cheque de R$ 500 milhões dos fundos SoftBank e Riverwood. Foi, na ocasião, o maior investimento recebido por uma startup liderada por uma mulher, a empreendedora Mariana Dias.

Mas, quem olha para a trajetória de sucesso da startup não imagina que criar o próprio negócio não estava nos planos de Mariana. “Em vários momentos da minha vida, desde a infância, eu lembro de ser superempreendedora. Era aquela pessoa que vendia bijuteria na escola. Mas quando eu terminei a faculdade, eu tinha na minha cabeça que queria uma carreira corporativa”, disse a empreendedora durante entrevista especial ao Agora é que São Elas, evento promovido pela EXAME em parceria com o movimento Aladas, plataforma que apoia o empreendedorismo feminino.

Durante o bate-papo, Mariana contou que teve a ideia da Gupy durante um voo e desenhou o primeiro esqueleto do que seria a startup em um guardanapo. Logo depois, em uma decisão ousada, decidiu largar uma carreira bem-sucedida na Ambev para empreender. “Na Ambev tínhamos o desafio de turnover com pessoas que saíam da empresa em menos de seis meses. E eu percebia que se isso estava acontecendo era porque havia um erro lá atrás na contratação. Foi aí que comecei a desenhar uma solução que utilizasse tecnologia para melhorar o match entre vagas de emprego e pessoas candidatas. Quando terminei, vi que aquilo poderia se tornar um negócio”, afirmou Mariana.

Mercado de tecnologia e diversidade

A empreendedora também comentou sobre o momento atual da Gupy que contrasta com o cenário de demissões e queda nos investimentos do ecossistema de startups no geral. Desde o cheque parrudo recebido no ano passado, a startup foi às compras e adquiriu duas concorrentes: a Pulses e a Kenoby. Mais recentemente, inaugurou um escritório em São Paulo, que também vai funcionar como um coworking para parceiros e clientes. Por trás do movimento, está o desejo da Gupy de se tornar uma plataforma completa de soluções para gestão de pessoas.

“Gestão de pessoas sempre foi uma área muito fragmentada. Era a caixinha do recrutamento, caixinha do treinamento, caixinha da comunicação. Mas, na verdade, a jornada de um funcionário dentro de uma empresa é única. Entendemos que ter as informações dos candidatos todos em um mesmo lugar pode permitir que as empresas tenham estratégias mais acertadas em toda a trajetória dele dentro das companhias”, afirmou.

Por fim, a executiva também comentou os desafios de ser uma das poucas mulheres no mundo do empreendedorismo brasileiro e a importância de as empreendedoras contarem com uma rede de apoio. “O principal desafio para as mulheres é o exemplo. Então, agora, começamos a investir também em startups fundadas por mulheres e, além disso, criar um grupo para fomentar e ajudar essas empreendedoras para mostrar que é possível”, disse.

AGORA É QUE SÃO ELAS – MÊS DAS MULHERES

Confira a programação completa do segundo dia do evento, que será transmitido em 30 de março.

8h55 - ABERTURA
9h às 9h30 - A DIFÍCIL ARTE DAS ESCOLHAS
9h30 às 10h15 - O "NÃO" QUE EU NÃO DISSE
10h15 às 10h30 - VIESES INCONSCIENTES
10h30 às 11h15 - O QUE EU VEJO NO ESPELHO
11h15 às 11h35 - SE A SEXUALIDADE FOSSE UM IDIOMA, VOCÊ SERIA FLUENTE?
11h35 às 12h20 - FERTILIDADE E SEXO
12h20 às 12h50 - AS DORES E AS DELÍCIAS DE LIDERAR

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