united (Getty Images/Getty Images)
Tatiana Vaz
Publicado em 13 de abril de 2017 às 12h28.
Última atualização em 13 de abril de 2017 às 18h59.
São Paulo — Desde o último domingo, quando um passageiro foi retirado à força pela United Airlines de um voo com overbooking, as estarrecidas cenas são transmitidas exaustivamente nos jornais e redes sociais de todo mundo.
Desde então, a companhia aérea já perdeu centenas de milhões de dólares em valor de mercado, pediu desculpas três vezes e anunciou que o bônus do CEO neste ano será atrelado às reclamações dos clientes. A United também já afirmou que está disposta a pagar indenização para outros passageiros que estavam no voo e se sentiram ofendidos.
Também, pudera: o médico David Dao de 69 anos, que já iniciou uma ação legal contra a empresa, foi agredido e humilhado publicamente com o mundo como testemunha - ele quebrou o nariz e perdeu um dente, apontou um diagnóstico divulgado agora de tarde.
E ainda foi chamado de beligerante pelo CEO da United em um e-mail interno enviado aos funcionários, que ele afirmou terem sido corretos na atitude, em um primeiro momento.
Um novo vídeo mostra que o médico negava deixar seu assento e argumentava isso tranquilamente com os policiais chamados pelos tripulantes da United. Dao foi um dos quatro passageiros escolhidos de forma aleatória pela companhia para deixar o voo 3411, entre Louisville e Chicago, mas se recusou a deixar seu assento e acabou sendo arrastado.
O caso tem colocado em discussão uma série de questões, como a da falta de concorrência da United no estado de Nova York (ela controla cerca de 80% dos voos da região) e as regras do setor para excesso de passageiros em voos.
Veja, a seguir, o novo vídeo, que traz imagens do argumento do passageiro antes dele ser retirado à força do voo.
Nunca mais
Na tarde de ontem, a companhia divulgou um terceiro comunicado, assinado pelo CEO, Oscar Munoz, com um pedido de desculpas pelo fato. “Ninguém deve ser tratado desta forma”, afirmou por meio dele.
“Nós assumimos total responsabilidade (pelo fato) e vamos trabalhar direito para resolver isto”, diz outro trecho da carta, que anuncia que a empresa fará uma revisão de processos que vão desde a parte de movimentação de tripulação a procedimento em caso de overbook, como no caso do voo 3411.
No dia, a companhia teria pedido a quatro passageiros voluntários para desistir do voo lotado e até ofereceram 1.000 dólares a quem se prontificasse a ajudar. Como ninguém se interessou, a United escolheu de forma aleatória quem deixaria o voo, entre eles, David Hao.
O médico de 69 anos se recusou a sair do voo e acabou sendo arrastado por policiais, a pedido da empresa. Ele chegou a sofrer ferimentos no rosto e foi encaminhado a um hospital.
O vídeo gravado no momento se propagou como pólvora nas redes e, desde domingo, a companhia vem sofrendo críticas – mesmo depois do pedido de desculpas do diretor executivo da empresa.
De acordo com o Departamento de Aviação de Chicago, o policial que arrastou o passageiro foi afastado do cargo temporariamente. Veja a seguir o vídeo do momento da retirada do passageiro.