Negócios

Desinchá atrai R$ 45 milhões da Moriah Asset para fortalecer estrutura e mirar nos Estados Unidos

O acordo com a Moriah Asset começa com um aporte de R$ 5 milhões, valor que será ampliado a partir das novas demandas da Desinchá

Daniel Lana, Eduardo Vanzak e Lohran Schmidt, da Desinchá: queremos chegar a R$ 500 milhões em faturamento em cinco anos (Desinchá/Divulgação)

Daniel Lana, Eduardo Vanzak e Lohran Schmidt, da Desinchá: queremos chegar a R$ 500 milhões em faturamento em cinco anos (Desinchá/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 06h01.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2024 às 16h42.

A marca Desinchá tem um novo acionista na operação, a Moriah Asset, um veículo de investimento brasileiro com foco em mercados de saúde e bem-estar. A casa vai colocar um total de R$ 45 milhões na marca de chás, no mercado desde 2015 e fundada pelos administradores Eduardo Vanzak e Lohran Schmidt, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Criada em 2019 pelo advogado e empresário Fabiano Zettel, a gestora já investiu nas empresas Les Cinq, Smoov, Naturanic, FOONE e no Grupo Frutaria São Paulo. O acordo começa com um aporte de R$ 5 milhões, valor que será ampliado de acordo com as novas demandas da empresa.

Ao final, Moriah terá uma participação de 40% do negócio. Além dos recursos financeiros, a Moriah deve agregar capital intelectual e conectar a Desinchá com outros negócios apoiados pela gestora.

Essa é a primeira movimentação de captação da empresa, criada com R$ 30.000 e mantida até agora com a venda de produtos.

Qual é a nova abordagem da companhia

Os novos recursos serão usados para fortalecer a estrutura de capital em um novo momento da companhia, com a criação do grupo Super Brands, desenvolvido nos últimos dois anos. No novo modelo, a Desinchá se torna apenas uma marca dentro de uma plataforma composta ainda pela Super Nutrition, uma empresa de suplementos e alimentos funcionais. 

“Nós criamos a Super Nutrition justamente para poder desenvolver novas categorias de produtos e estar presente no dia a dia das pessoas, do início ao fim do dia”, afirma Lohran Schmidt, co-ceo da empresa. A marca reúne de cafés funcionais, gummies de melatonina a cápsulas com colágenos. Em breve, entram whey protein e outros produtos fitness, um mercado em expansão acelerada pelo país.

Os recursos também serão empregados para hidratar a presença da marca em bebidas líquidas, portfólio em que a empresa tem apenas um produto atualmente, o Desinchá Supermate. "Esse é um projeto muito grande e com muito mais capital intensivo do que a linha de chá secos", afirma Daniel Lana, sócio Chief Strategy Officer (CSO).

A divisão de negócios vai ganhar uma fábrica própria, prevista para o segundo semestre deste ano, com 3.000 metros quadrados e capacidade para produzir 1 milhão de latas por mês. 

Com a adoção crescente de hábitos saudáveis pela população, a expectativa da companhia é de que as pessoas irão migrar para bebidas menos açucaradas e funcionais. A inspiração para a entrada no setor é a americana Celsius, marca que recebeu US$ 550 milhões em investimentos da gigante de alimentos Pepsico, em 2022.

Quais os novos passos na operação nos Estados Unidos

A unidade, tem que apenas um produto e representa menos de 5% das vendas, vai ganhar dois sabores adicionais neste ano. “Nós tivemos que abrir, praticamente, um novo canal de distribuição. Aprendemos e esse será o ano que, de fato, vamos ampliar e trazer variação para a linha”, afirma Eduardo Vanzak. 

A combinção de ações mira um faturamento de R$ 500 milhões no período de cinco anos. Em 2023, o grupo registrou em torno de R$ 84 milhões. Os novos cálculos, que antecipam um resultado inicialmente pensado para 2032, contam com um contribuição maior vindo do exterior, principalmente dos Estados Unidos.

O país da América do Norte marcou o primeiro passo no processo de internacionalização da Desinchá, ainda antes da pandemia. Hoje, representa entre 5 e 7%, mas a projeção é de que possa chegar a 30% no intervalo de 3 anos. 

A Europa, uma aposta mais recente, contribui para 8% do negócio. A diferença no tamanho da participação, segundo os sócios, veio do modelo escolhido. Nos Estados Unidos, eles foram apenas para o online e com operação própria. 

Em Portugal, o país de entrada no velho mundo, optaram por um modelo de distribuição por diversos canais do varejo e a partir de parceiros locais. “Hoje, quando olhamos para outros países, vamos  adotar o mesmo modelo”, afirma Vanzak. 

Para mudar a trajetória e acelerar o ritmo nos Estados Unidos, o executivo se mudou para o país no fim de 2022 e coordena a operação local a partir de Miami. A atuação, até agora restrita ao portfólio de chás, será ampliada para outras categorias, como os cafés funcionais, e em 2025 deve contar com todos os produtos encontrados em solo brasileiro.

Em paralelo, a empresa avança nos canais de distribuição, conversando com redes de varejo e outras opções para a comercialização. A projeção é de fechar o triênio com US$ 20 milhões, um ajuda e tanto - sob a perspectiva da variação cambial - para os R$ 500 milhões projetados.

Acompanhe tudo sobre:ChásMinas Gerais

Mais de Negócios

Franquias no RJ faturam R$ 11 bilhões. Conheça redes a partir de R$ 7.500 na feira da ABF-Rio

Mappin: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil no século 20

Saiba os efeitos da remoção de barragens

Exclusivo: Tino Marcos revela qual pergunta gostaria de ter feito a Ayrton Senna