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Novo presidente da Volks no Brasil assume com missão de ser líder

Em sua primeira apresentação no novo cargo, Pablo Di Si deixou claro que assumiu com a tarefa de levar a Volks ao ponto mais alto do ranking de vendas

Pablo Di Si: "Um time grande vai jogar para ganhar o campeonato" (Leonardo Benassatto/Reuters/Reuters)

Pablo Di Si: "Um time grande vai jogar para ganhar o campeonato" (Leonardo Benassatto/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 18h53.

São Paulo - Apresentado nesta segunda-feira, 9, ao público durante congresso realizado na zona sul da capital paulista, o executivo argentino Pablo Di Si assumiu no inicio do mês a presidência da Volkswagen no Brasil com o objetivo, anunciado pelo próprio, de recolocar a montadora alemã na liderança do mercado brasileiro de automóveis.

Ser número um em vendas pode ser o objetivo óbvio de um gigante da indústria automobilística, mas, no caso da Volkswagen, isso não costumava ser externado pelas direções anteriores do grupo na região, que preferiam adotar o discurso de que a prioridade era ter um negócio rentável, sem ter que "comprar" participação de mercado.

Pablo, em sua primeira apresentação no novo cargo, preferiu não se comprometer com prazos. A meta, como informou, é de "médio prazo".

Deixou, porém, claro que assumiu com a tarefa de levar a Volks novamente ao ponto mais alto do ranking.

"Um time grande nunca vai jogar pelo segundo ou terceiro lugar, vai jogar para ganhar o campeonato", frisou o executivo, que gosta de fazer referências ao futebol com a paixão de quem praticou o esporte e chegou a defender as categorias de base do Huracán.

"Queremos ser o líder", acrescentou o novo presidente da Volks.

Não será uma tarefa fácil. Após ser a fabricante de modelos que foram por décadas os mais vendidos do País - casos do Gol e do Fusca -, a Volkswagen está hoje atrás da General Motors (GM) e da Fiat entre as montadoras que mais vendem carros no mercado brasileiro.

No ano passado, a diferença em relação à líder GM foi superior a 117 mil veículos.

Por outro lado, joga a favor de Pablo um ambiente melhor do que o recebido por seu antecessor, o sul-africano David Powels, que enfrentou nos quase três anos em que esteve no Brasil uma das maiores crises já enfrentadas pela indústria automobilística nacional.

Ao participar nesta segunda-feira de congresso promovido pela Autodata, Pablo, que também acumula o posto de presidente da Volks na América do Sul, disse que vê no País um descolamento entre economia e política, elogiou a reforma trabalhista, que dá uma vantagem competitiva ao Brasil, e comemorou que a queda dos juros vai estimular o consumo em vários setores, incluindo o automotivo.

Em suas previsões, as vendas de carros no País vão crescer a um ritmo de 10% ao ano até 2020.

Em 2018, a economia brasileira, estimou, deve avançar 2,3%, ajudando a reduzir a ociosidade das montadoras brasileiras de 45% para 39%. "Vemos a maior parte dos indicadores como muito positivos."

Para chegar à liderança, adiantou que seu foco será desenvolver a cadeia de fornecedores, de forma que eles estejam preparados para acompanhar a recuperação do mercado, e "reinventar" a rede de concessionárias.

Aqui, a intenção é que as 530 lojas da marca sejam mais digitais, menos burocráticas e mais rápidas nos serviços oferecidos aos clientes.

Em paralelo, ele conta com a renovação do portfólio de produtos da montadora, com o lançamento de 20 modelos até 2020 - incluindo o sedã Virtus, que chega ao mercado em janeiro - como resultado de um plano de investimento de R$ 7 bilhões.

"Temos conteúdo, temos talento, temos time e, agora, temos produto", afirmou o executivo, ao elencar os motivos que lhe dão otimismo de que será possível recuperar a liderança.

Antes de assumir o comando da Volks no Brasil, Pablo Di Si presidia a subsidiária do grupo na Argentina.

Ele começou a trabalhar no grupo Volkswagen em 2014 e, antes disso, teve uma passagem pelo Brasil, onde já tinha vivido por 11 anos, período em que trabalhou na Kimberly-Clark e foi diretor financeiro da Fiat em Belo Horizonte (MG).

Em seu discurso, elogiou Powels por deixar as bases da criação de uma "nova Volkswagen", um trabalho de reconstrução da marca levado a cabo em escala global para reduzir o estrago na reputação causado pela descoberta de fraudes em testes de emissões de carros a diesel do grupo, mas que no Brasil também envolveu estratégias para atualizar a linha e recuperar espaços perdidos nos últimos anos.

"Agradeço ao David Powels porque não foi fácil trabalhar no Brasil nos últimos três anos", declarou.

Powels, que presidia a Volkswagen no Brasil desde janeiro de 2015, assumiu a vice-presidência da operação da multinacional na China, onde está o maior mercado do grupo no mundo.

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