De 2014 a 2016, a Bridgestone investirá US$ 120 milhões na ampliação de produção e na modernização das fábricas em Santo André, São Paulo, e Camaçari, Bahia (Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 18 de novembro de 2014 às 17h00.
São Paulo - O novo presidente da Bridgestone tem a sua frente dois desafios: modernizar a produção e levar a marca para as mentes dos consumidores.
Fabio Fossen assumiu a presidência da maior fabricante de pneus do mundo no início de novembro, depois do anúncio da aposentadoria do argentino Ariel Depascuali.
Uma das missões de Fossen é fortalecer a imagem da Bridgestone. Para isso, “vamos estar mais próximos de canais de venda”, afirmou o executivo, que vem de experiências no mercado de consumo, como Coca Cola e Ambev.
Para isso, irão fortalecer os pontos de distribuição, além de abrir em novas áreas – o número exato ainda não foi definido. Já são mais de 600 lojas.
Além disso, para aumentar a força da marca, irão patrocinar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e em Tóquio, em 2020, sede da empresa.
Investimentos
De 2014 a 2016, a Bridgestone investirá US$ 120 milhões na ampliação de produção e na modernização das fábricas em Santo André, São Paulo, e Camaçari, Bahia.
A fábrica de São Paulo receberá novos equipamentos e máquinas, para modernizar a produção de pneus de carros de passeio, aros 13 e 14. O processo se tornará mais automatizado, aumentando a qualidade e produtividade.
Além disso, irão dobrar a produção de pneus para veículos agrícolas, da marca Firestone. Hoje são produzidos 26.100 pneus por dia, dos quais a maioria é para carros de passeio.
Já na unidade na Bahia, a produção irá crescer 25%, para pneus de alto e altíssimo desempenho. O término das obras está previsto para maio de 2015, criando mais de 100 empregos diretos. A produção irá de 8 mil pneus por dia para mais de 10 mil.
Ajustes
A empresa está bastante ligada às montadoras – mais de metade da produção é direcionada a peças originais. Com o mercado automobilístico em baixa, a Bridgestone precisou se adaptar. Agora, está mais focada no mercado de reposição.
A exportação de pneus também sofreu ajustes, já que o principal cliente, Argentina, está em crise financeira. Em 2015, os Estados Unidos passarão de uma participação de 10% para o principal destino dos pneus, 70%. O real desvalorizado é um dos incentivos, além de redistribuição de demanda de outras fábricas mundiais.
“Vamos voltar a atingir 20% do faturamento vindo da exportação”, afirmou Depascuali. Hoje, essa fatia é de 12%.
Liderança
Depascuali, que está se aposentando, recorda os desafios de seu mandato. Há sete anos, o Brasil viu uma invasão de pneus importados.
“A Bridgestone, assim como a indústria local, não estava preparada para enfrentar um desafio tão grande como os produtos importados a um custo muito baixo, e sofreu muito”, diz ele.
Quando ele assumiu, há quatro anos, sua missão era recuperar a competitividade, participação do mercado bem como a confiança do cliente. “Muitos clientes entenderam a diferença dos pneus. É tudo preto, redondo, com um buraco no meio. Mas não é a mesma coisa”, diz.
Nesses anos, a fábrica “precisou fazer decisões difíceis, como demissões”. Em 2014, a empresa já se estabilizou e contratou quase 200 empregados. O market share também melhorou e, hoje, a empresa está entre as três maiores do país.