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Plano de investimento da Petrobras será ainda mais enxuto

Os investimentos devem reforçar o novo perfil da empresa, focado na produção em águas profundas e com gasto menor na atividade exploratória


	Petrobras: os investimentos devem reforçar o novo perfil da empresa, focado na produção em águas profundas e com gasto menor na atividade exploratória
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Petrobras: os investimentos devem reforçar o novo perfil da empresa, focado na produção em águas profundas e com gasto menor na atividade exploratória (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 12h54.

Rio - Após um ano de ajustes nas contas e dois cortes no orçamento, em meio à forte depreciação cambial e à queda nas cotações de petróleo, a Petrobras planeja divulgar até o próximo mês um novo plano de investimentos para o período de 2016 a 2020.

Segundo fontes envolvidas na elaboração do documento, o orçamento de 2016 será ainda mais enxuto do que os US$ 19 bilhões anunciados em outubro, na última revisão do plano de negócios.

Os investimentos devem reforçar o novo perfil da empresa, focado na produção em águas profundas e com gasto menor na atividade exploratória.

Blocos em terra ou em águas rasas já não estão no radar da empresa, ao contrário do que acontecia até o ano passado, quando passou a rever seu portfólio diante da restrição de caixa em meio à crise da indústria.

Como resposta, a estatal colocou áreas menos atrativas à venda e apostou na produtividade das áreas do pré-sal.

"A empresa terá de pagar por um profissional. É melhor pagar quem atua no pré-sal, que produz 20 mil barris por dia ou quem atua em outra área, onde a produção é de 2 mil barris por dia? No pré-sal, é claro", ressaltou o executivo, que pediu anonimato.

Ele destacou que, ainda que os desafios logísticos e tecnológicos encareçam o pré-sal, a empresa ganha em escala.

No segmento de produção e venda de combustíveis, a petroleira considera até mesmo perder participação de mercado para concorrentes. Os preços praticados pela estatal estão mais altos que o valor cobrado no exterior - medida adotada para recompor o caixa da petroleira.

Como consequência, outras distribuidoras passaram a ampliar importações de combustíveis para revender em suas redes a preços mais competitivos, ampliando sua presença no mercado doméstico.

Ainda assim, a avaliação na Petrobras é que entre investir e perder participação de mercado, a empresa prefere a segunda opção.

Além de investir menos, a petroleira pode ainda aumentar a lista de ativos à venda, caso perceba que a meta de arrecadação com essas vendas não será atingida.

Depois de se desfazer da participação na Gaspetro e com o adiamento da abertura de capital da BR Distribuidora, a estatal ainda tem 26 ativos em negociação para alcançar a meta de US$ 59 bilhões até 2018.

"Se percebermos que não vamos cumprir a meta, aumentaremos a lista de ativos", disse outra fonte a par do assunto.

A venda de ativos continua como a principal arma da estatal para reduzir sua alavancagem, indicador que mede a relação entre o endividamento e a capacidade de geração de receita da companhia. No terceiro trimestre de 2015, a empresa declarou endividamento total acima de R$ 500 bilhões.

Apesar da situação delicada, a fonte comentou que a Petrobras tem caixa suficiente para honrar compromissos até julho de 2017. A avaliação é que a situação de caixa é mais confortável neste ano e, por isso, não há necessidade de captar recursos com emissão de títulos no mercado financeiro.

Outras alternativas estão em estudo, como a securitização da receita de exportações de petróleo, operação na qual os recursos são antecipados com a emissão de títulos associados à venda de óleo no exterior.

Cortes

Em junho de 2015, a estatal divulgou o plano de negócios de cinco anos. Para 2016, a previsão inicial era investir US$ 27 bilhões. Em outubro, a companhia reviu números e indicou que, para este ano, os gastos seriam de US$ 19 bilhões.

O novo corte previsto para o próximo plano de negócios, a ser divulgado em fevereiro, sinaliza o esforço da diretoria para equacionar a frágil situação financeira da empresa, que sofre desde 2014 os efeitos da queda nas cotações do petróleo.

Na quarta-feira, 6, o barril de óleo foi negociado nas bolsas de Londres e Nova York, em média, a US$ 34. Até agosto de 2014, os valores estavam em cerca de US$ 110.

A mudança no cenário global provocou uma revisão nos investimento da indústria de petróleo em todo o mundo - desde venda de ativos, cancelamento de investimentos até demissão de funcionários. 

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