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Novo plano da Petrobras foca refino e redução de endividamento

Programa da estatal divulgado hoje prevê investimento de US$ 84,1 bilhões nos próximos cinco anos e mantém forte participação no setor de refino

Petrobras: refinaria da estatal em Paulínia, no interior de São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: refinaria da estatal em Paulínia, no interior de São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 08h51.

Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 08h58.

No período de 2019 a 2023, a Petrobras permanecerá com forte participação no setor de refino, segundo o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão, Nélson Silva. Em apresentação do plano de negócios da empresa a analistas de mercado, o diretor destacou que a empresa manterá o foco na redução do endividamento e ressaltou que o plano é institucional e "não de uma pessoa apenas".

O plano, divulgado hoje (5), prevê investimento de US$ 84,1 bilhões nos próximos cinco anos. De acordo com o planejamento, US$13,9 bilhões serão aplicados em gás natural, sendo que 61% em refino, transporte, comercialização, petroquímica e distribuição; 36% em gás natural e energia; e 3% em renováveis.

"O mercado brasileiro é um mercado premium no segmento de refino. Já somos o sétimo maior mercado consumidor de derivados. Então, a perspectiva de crescimento nos próximos anos, que não se vê em outros lugares do planeta, continuaremos atuando fortemente neste mercado", afirmou Nélson Silva, em teleconferência.

O diretor disse ainda que o novo planejamento continuará focado na redução do endividamento e alavancagem da estatal. "Quando começamos a trabalhar no plano 2017/2021, todos se lembram que estávamos com mais de 4 [vezes] de alavancagem. Prometemos e vamos entregar uma alavancagem até 2,5 [vezes] até o final do ano. Estabelecemos como métrica do topo reduzir continuamente até 2020 em 1,5, portanto, o compromisso é exatamente o mesmo", disse.

Nélson Silva destacou que a empresa manterá o controle de custos e a simplificação de processos, em busca de se tornar competitiva em qualquer cenário de preço do petróleo no mercado internacional e taxa de câmbio. "Temos que ser uma empresa competitiva em qualquer cenário. É obvio que quando cai o preço da commodity, a gente tem que apertar o cinto. A ideia é que a Petrobras seja uma empresa viável financeiramente em qualquer cenário de brent, lembrando que a gente não controla isso [os preços no mercado internacional]", completou.

Plano institucional

Questionado pelos analistas se houve alguma influência do futuro presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, na composição do plano de negócios, Nélson Silva informou que o planejamento levou oito meses para ser elaborado e teve a participação de mais de 100 pessoas, das mais variadas áreas da companhia.

Segundo ele, o plano espelha a companhia e não é reflexo de uma pessoa apenas."É um plano institucional da empresa. Não é um plano de uma pessoa, de duas. É um plano de toda a empresa que contribuiu com todas as suas áreas para que chegássemos a esse plano".

O diretor acrescentou que o plano passou por todas as etapas de aprovação interna do sistema adotado pela Petrobras. "Somente aqueles que contribuíram no dia a dia sabem a profundidade do plano e a robustez dele. É um plano que muito nos orgulha porque passou por todos os passos de aprovação a que reza o nosso processo de um plano com a importância que tem esse", disse.

Acionistas

A Petrobras manteve ainda a política de remuneração dos acionistas e apontou que uma eventual alteração na distribuição de dividendos levará em conta a redução dos indicadores de endividamento e novas oportunidades de investimento. Durante a apresentação, representantes do mercado parabenizaram a Petrobras pelo plano.

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