Negócios

Novo diretor dos Correios tem ligação com contratada

Antes de assumir a posição, Eduardo Artur Rodrigues da Silva presidiu a Master Top Linhas Aéreas (MTA), vencedora do contrato de uma das principais linhas da estatal

A tentativa do presidente Lula de afastar os Correios do fisiologismo partidário pode ter sido em vão (.)

A tentativa do presidente Lula de afastar os Correios do fisiologismo partidário pode ter sido em vão (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu no dia 28 de julho a cúpula dos Correios por temer que o fisiologismo partidário ampliasse a crise administrativa na estatal e respingasse na campanha eleitoral, mas a iniciativa pode ter sido infrutífera. O novo diretor de Operações dos Correios, Eduardo Artur Rodrigues da Silva, assume o cargo sob uma nuvem de suspeita.

Conhecido no setor da carga aérea como "coronel Artur" ou "coronel Quaquá", ele chegou à estatal com o apoio do compadre de Lula, o advogado Roberto Teixeira. Presidia uma empresa de transporte de mala postal, a Master Top Linhas Aéreas (MTA). Vinte dias antes de ser escolhido para a função, a MTA arrematou o contrato de uma das principais linhas da estatal, a Linha 12, que opera no trecho Manaus-Brasília-São Paulo. A empresa, com sede em Campinas, venceu o pregão eletrônico com o lance de R$ 44,9 milhões.

É uma linha estratégica nos negócios dos Correios - representa 13% do valor total da malha e 14% da capacidade de carga contratada. Ao assumir a diretoria nos Correios, no dia 2 de agosto, o coronel entregou o comando da MTA nas mãos de uma filha, Tatiana Silva Blanco. Com essa triangulação, a MTA tem agora a família Rodrigues da Silva como contratada e, ao mesmo tempo, contratante. Em site na internet, a MTA destaca que tenta ser uma "extensão" das empresas com as quais mantém parceria.

O coronel Artur e o Planalto não responderam aos pedidos de informações. O escritório Teixeira, Martins & Advogados, em que atua Roberto Teixeira, enviou e-mail ao Estado negando indicação "de quem quer que seja para algum cargo público". O chefe do Departamento de Relacionamento Institucional dos Correios, Mário Renato Borges da Silva, disse desconhecer qualquer ligação do diretor de Operações com a Master Top, bem como a origem da indicação. "O corpo técnico da empresa não se envolve com isso, porque é indicação presidencial. Se houver alguma ligação (com a empresa aérea), foge da nossa capacidade", afirmou. Silva observou, porém, que a estatal espera "que tudo seja verificado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CorreiosEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasExecutivosGestão públicagestao-de-negociosServiços

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades