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Novo chefe da nuvem do Google tem grande desafio para capturar rivais

A divisão de computação em nuvem da empresa segue num distante 3º lugar, atrás da Amazon.com e da Microsoft em termos de receita global

Google, Microsoft e Amazon juntos gastaram quase 53 bilhões de dólares em despesas de capital no ano passado, impulsionados por projetos de data center para abrigar suas nuvens (Reprodução/Reprodução)

Google, Microsoft e Amazon juntos gastaram quase 53 bilhões de dólares em despesas de capital no ano passado, impulsionados por projetos de data center para abrigar suas nuvens (Reprodução/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 15h29.

São Francisco - O Google tem um novo chefe de computação em nuvem e grandes ambições para gerar mais receita com esse negócio do que com publicidade.

Agora vem a parte difícil: conquistar clientes que gastam bastante.

A divisão de computação em nuvem do Google segue num distante terceiro lugar, atrás da Amazon.com e da Microsoft em termos de receita global, de acordo com estimativas de analistas. Algumas grandes empresas gerenciam seus dados nos servidores do Google. Mas o Google não tem nem perto da vasta base de clientes da Amazon, de acordo com uma nova análise da Reuters sobre registros regulatórios da empresa.

As empresas geralmente não precisam divulgar seus fornecedores de nuvem. A Reuters tinha 311 das cerca de 5 mil no mundo que o fizeram em 2018. Embora não sejam abrangentes, os dados fornecem uma visão do desafio do Google.

Trinta e cinco dessas empresas disseram que o Google era seu provedor de nuvem. Os maiores por capitalização de mercado foram a petrolífera Total e o banco HSBC.

A Amazon Web Services liderou com 227 clientes, incluindo a empresa de viagens Expedia e a gigante industrial Siemens. AAzure, da Microsoft, tinha 69 empresas, entre elas a fabricante de armas Axon e a firma de dados empresariais Dun & Bradstreet.

Os dados, antes não monitorados, mostram o trabalho a ser feito por Thomas Kurian, há algumas semanas o executivo-chefe do Google Cloud. Kurian prometeu dobrar os números onde o Google teve resultados promissores. Ele planeja chegar a governos e às maiores empresas de varejo, manufatura, saúde, mídia e finanças.

"Muito do nosso foco é garantir que nosso setor de vendas tenha o histórico e a capacidade de vender para grandes e mais tradicionais empresas", disse Kurian numa conferência promovida pelo Goldman Sachs na semana passada. "Há um enorme apetite nessas empresas para considerar o Google."

O Google se recusou a comentar ou disponibilizar Kurian para uma entrevista.

Pessoas familiarizadas com seus planos disseram que ele está procurando reformular a cultura de sua divisão. Uma parte fundamental é desenvolver ou comprar aplicativos corporativos fáceis de usar e específicos do setor, uma área que a Amazon e a Microsoft não dominam.

"Trata-se da entrada na nuvem deles", disse Daniel Ives, analista financeiro que acompanha a indústria de nuvem para a Wedbush Securities. "A principal maneira de conseguir isso é através de aplicativos."

Kurian também deve tranquilizar alguns investidores perplexos com as ambições da nuvem do Google: diversificar a receita além da publicidade é uma vantagem, mas não é barato.

Google, Microsoft e Amazon juntos gastaram quase 53 bilhões de dólares em despesas de capital no ano passado, impulsionados por projetos de data center para abrigar suas nuvens.

Com margens brutas de 20 por cento ou menos, a venda de armazenamento em nuvem ou ferramentas para as quais os clientes precisam de pessoal especializado é menos lucrativa para um pequeno fornecedor, dizem especialistas do setor. Mas as margens do tipo de software que Kurian provavelmente pretende oferecer podem superar até 60 por cento do negócio de anúncios do Google.

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