(Robin Marchant/Getty Images)
Repórter
Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 10h00.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2025 às 10h51.
Brian Niccol assumiu a função de presidente e CEO da Starbucks em setembro passado. Até agora, o executivo norte-americano já recebeu cerca de US$ 96 milhões (pelo menos R$ 500 milhões) pelo seu trabalho, informou a empresa nesta sexta-feira, 14.
De acordo com informações do Wall Street Journal, a remuneração de Niccol, divulgada em um registro de valores mobiliários, inclui aquisições de ações da rede Chipotle Mexican Grill, durante os seis anos em que esteve na liderança da companhia.
Enquanto Niccol ganhou US$ 61.538 em salário da Starbucks até 29 de setembro, a empresa pagou a ele um bônus de US$ 5 milhões e US$ 90 milhões em prêmios que equivalem ao valor das ações da Chipotle que ele perdeu após deixar a rede de comida mexicana.
Os prêmios incluem unidades de ações restritas que se acumulam ao longo do tempo, juntamente com aquelas que estão vinculadas ao desempenho de Niccol na gestão da empresa.
O antigo CEO da Starbucks, Laxman Narasimhan, recebeu US$ 22 milhões durante o ano fiscal de 2024 da empresa. Ele foi demitido em agosto de 2024 por decisão do conselho, que recrutou Niccol da Chipotle para recuperar os negócios da maior cadeia de cafés do mundo.
Já Kevin Johnson, CEO da Starbucks até 2021, ganhou US$ 62 milhões no ano fiscal de 2021 da multinacional. Ele se aposentou como CEO em abril de 2022.
Residente em Orange County, na Califórnia, Niccol negociou com o conselho da Starbucks para continuar morando lá e se deslocar para o escritório da companhia em Seattle em jato corporativo.
Desde que ele assumiu o cargo de CEO em 9 de setembro, a Starbucks teve US$ 72.398 em despesas relacionadas a viagens aéreas entre a casa e o trabalho de Niccol até o final de setembro. A empresa também relatou US$ 143.567 em despesas temporárias de moradia para o executivo-chefe.
Em um comunicado, a Starbucks disse que contratou Niccol para ajudar a companhia a se reerguer em um momento desafiador. Atualmente, o executivo está atuando em Seattle e em locais que representam mercados estratégicos para a empresa.
Niccol já declarou que está trabalhando para tornar as cafeterias da Starbucks lugares mais convidativos para passar o tempo, parte de um esforço amplo para reverter o declínio nas vendas. Ele buscou otimizar as operações da empresa e disse que espera anunciar demissões de funcionários corporativos até março.
De acordo com a empresa, a remuneração total de Niccol era 6.666 vezes o valor do barista da Starbucks dos EUA que trabalha em meio período. Um profissional que atuasse neste cargo nas cafeterias da empresa em 2024 ganhava em média US$ 14.674 por ano.
Essa proporção é uma das mais altas entre CEOs de empresas públicas, segundo uma análise de dados feita pela empresa de inteligência de mercado MyLogIQ, fornecida ao Wall Street Journal. No levantamento, aparecem logo atrás o CEO da Live Nation, Michael Rapino, com proporção de 5.414 em 2022 e Kevin Clark, da Aptiv, com 5.294 em 2020.
Elon Musk, CEO da Tesla, teve uma proporção de 40.668 em 2018, resultado de um pacote de remuneração multibilionário que um juiz de Delaware rejeitou anos depois. O pacote tinha um valor inicial de US$ 2,6 bilhões e chegou a US$ 56 bilhões após uma disputa entre o conselho e o poder judiciário