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Novo CEO da Eletrobras tem desafio de tocar privatizações

A escolha do atual presidente da CPFL Energia para comandar a maior elétrica do país agradou em cheio investidores e especialistas


	Linhas de transmissão de energia da Eletrobras: ações da Eletrobras dispararam 12 por cento
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Linhas de transmissão de energia da Eletrobras: ações da Eletrobras dispararam 12 por cento (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2016 às 22h00.

São Paulo - A escolha do atual presidente da CPFL Energia para comandar a maior elétrica do país, a estatal Eletrobras, agradou em cheio investidores e especialistas, que acreditam que o executivo terá como principal desafio aprimorar a gestão da companhia e viabilizar um ousado programa de privatizações.

As ações da Eletrobras dispararam 12 por cento após o jornal O Estado de S. Paulo publicar que Ferreira seria o CEO da Eletrobras, o que foi confirmado mais tarde nesta quarta-feira pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

"É um nome certamente à altura do desafio, que é grande...um profissional respeitado e muito mais do que testado", afirmou à Reuters a professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) Joísa Dutra, que foi diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2005 e 2009.

Para professora, o novo CEO precisará promover aperfeiçoamentos na gestão da Eletrobras para tornar a companhia mais eficiente, após anos de prejuízos e atrasos em obras, e também rever a deficitária atuação da elétrica no segmento de distribuição de energia, por meio da venda de ativos.

O governo federal, inclusive, tem sinalizado que deverá apoiar a privatização gradual de todas as sete distribuidoras hoje controladas pela Eletrobras, a começar pela Celg-D, de Goiás, que poderá ser licitada até setembro.

"Tenho a melhor expectativa de que ele tenha carta branca, ou quase branca, que permita a ele fazer uma série de coisas que não são muito simpáticas aos políticos, mas precisam ser feitas", afirmou o professor de Engenharia de Energia da Universidade de São Paulo (USP) Dorel Ramos.

Ele também citou como exemplo a privatização das empresas de distribuição, que vê como obrigatória para melhorar a saúde financeira da Eletrobras.

Colega de Ferreira quando ambos atuaram na estatal paulista Cesp entre os anos 1980 e 1990, Dorel disse que foi surpreendido positivamente pela escolha do executivo para o comando da Eletrobras.

"Acompanhei bem a carreira dele. É uma pessoa bastante competente. Tem experiência de décadas no setor e depois consolidou isso em gestão...a gente vê pelos próprios resultados do Grupo CPFL e por ele ter se mantido lá por tanto tempo", disse.

Ferreira comandou a CPFL ao longo dos últimos 18 anos, mas já havia anunciado em abril que deixaria a elétrica partir de 1° de julho.

Ele substituirá na Eletrobras o atual CEO José da Costa Neto, que está no cargo desde 2011 e foi indicado pela presidente afastada Dilma Rousseff.

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