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Nova regulação tira o fôlego das ações de Redecard e Visanet

No mês de agosto, os papéis da Visanet estão caindo mais de 2% e os da Redecard permanecem estáveis

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As operadoras de cartões de crédito Visanet e Redecard já estão sentindo os impactos das medidas regulatórias que estão sendo propostas pelo governo a fim de estimular a concorrência do setor e reduzir as taxas cobradas dos lojistas que utilizam o serviço de ambas as companhias.

Neste mês, enquanto o Ibovespa (indicador que mede o desempenho médio das ações negociadas na bolsa de valores) registra alta de quase 4% no mês de agosto; as ações da Visanet apresentam queda de mais de 2% e as da Redecard permanecem estáveis. Às 15h58, os papéis ordinários da Visanet (VNET3, com direito a voto) se desvalorizavam 1,16%, para 17,05 reais. As ações da Redecard (REDCD3) lideravam o ranking das maiores quedas do Ibovespa no dia, sendo cotadas a 26,50 reais, o que representa desvalorização de 4,54% em relação ao último fechamento.

Na última quinta-feira (06/08), o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria de Direito Econômico (SDE), suspendeu preventivamente o contrato de exclusividade nas operações com a bandeira de cartões Visa, credenciados pela Visanet. De acordo com a SDE, há indícios de que a companhia está sendo anticoncorrencial.

No mês passado, a Redecard também sofreu um processo administrativo, conduzido pela SDE, contra as cláusulas de seu programa de credenciamento pela internet. O regulamento do programa foi considerado abusivo e anticoncorrencial.

Os analistas do mercado, de modo geral, concordam que o cenário é negativo para a Visanet e a Redecard. Apesar do sucesso da abertura de capital da Visanet (IPO, na sigla em inglês) em junho deste ano, o banco de investimentos Barclays não vê perspectiva de valorização para os papéis da companhia pelo menos até sejam definidas as novas medidas regulatórias.

A corretora Ativa alterou sua recomendação para as ações da Redecard de “compra” para “neutra”. “Acreditamos que a concorrência no setor se intensificará por conta do fim do acordo de exclusividade entre a Visanet e sua bandeira, Visa”, afirmou a Ativa em relatório.

O resultado do segundo trimestre do ano da Visanet, divulgado ontem, foi considerado positivo pela corretora Ativa. A receita líquida da companhia atingiu 863 milhões de reais, crescimento de 28,9% comparado ao mesmo período de 2008. O lucro líquido da empresa também melhorou. Foram obtidos 365 milhões de reais, o que corresponde a um aumento de 26% em relação ao ano passado.

No entanto, a corretora ressaltou em sua avaliação os riscos regulatórios que a operadora pode enfrentar. “Recomendamos cautela para as ações do setor, pelo menos até o final de setembro (30/09), data limite para o encaminhamento das propostas de regulamentação ao presidente Lula”, disse a Ativa em relatório.

No mesmo sentido de cautela, a corretora Fator recomendou “manutenção” para as ações da Redecard, com preço-alvo de 31 reais para junho de 2010. “Até o dia 30 de setembro permanecem as incertezas a respeito da provável mudança no ambiente regulatório e suas possíveis conseqüências sobre as empresas que atualmente dominam o mercado”, afirmou a Fator.
 

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