Foxconn: nova unidade nos EUA (Patrick Lin/AFP)
Reuters
Publicado em 22 de janeiro de 2017 às 16h12.
A Foxconn, maior fabricante terceirizada de produtos eletrônicos do mundo, está considerando montar uma nova fábrica nos Estados Unidos em um investimento que ultrapassaria os 7 bilhões de dólares, afirmou o presidente da empresa, Terry Gou, neste domingo.
O anúncio acontece depois do presidente dos EUA, Donald Trump, prometer que "a América vem primeiro" em discurso de posse na sexta-feira, levando Gou a alertar sobre a ascensão do protecionismo como uma tendência política daqui para frente.
A proposta da Foxconn de construir uma nova fábrica, que seria planejada com a unidade Sharp Corp, depende de muitos fatores, como condições de investimento que teriam que ser negociadas nos níveis estadual e federal dos EUA, disse Gou a repórteres durante um evento de sua empresa.
Gou disse que a Foxconn, formalmente conhecida como Hon Hai Precision Industry, estava considerando o investimento há anos, mas a questão ressurgiu quando o empresário parceiro da Foxconn, Masayoshi Son, chefe do grupo japonês SoftBank Group, conversou com Gou antes de uma reunião que ele teria em dezembro com Trump.
Como resultado do encontro, Son prometeu 50 bilhões de dólares em investimentos nos Estados Unidos e inadvertidamente divulgou informações mostrando o logotipo da Foxconn e um investimento adicional não especificado de 7 bilhões de dólares.
Na época, a Foxconn emitiu um breve comunicado dizendo que estava apenas em negociações preliminares para expandir suas operações nos EUA, sem oferecer mais detalhes.
"Son é um bom amigo", disse Gou, acrescentando que Son havia pedido sua opinião sobre investir nos Estados Unidos.
Gou disse que havia contado a Son que os Estados Unidos não têm indústria de painéis LCD, mas é o segundo maior mercado de televisores. Um investimento para criar uma fábrica seria de mais de 7 bilhões de dólares e poderia criar de 30 a 50 mil empregos, disse Gou a seu parceiro.
"Eu pensei que era uma conversa particular, mas na manhã seguinte isso estava exposto", disse Gou. "Existe tal plano, mas não é uma promessa. É um desejo."
A Foxconn tem atualmente operações na Pensilvânia, que é um Estado que a empresa priorizaria, dependendo de outras condições como infraestrutura, água, energia e outros investimentos, disse.
Gou acrescentou que a Foxconn também permaneceria ativa na China, diminuindo os rumores de que Pequim estaria pressionando a Foxconn sobre seus investimentos.
Em Taiwan, os fabricantes da área de tecnologia estão apreensivos com possíveis mudanças na política comercial norte-americana, já que Trump ameaçou aumentar as tarifas de importação de alguns países, principalmente a China.
A Foxconn é um dos maiores empregadores da China, onde opera fábricas que produzem a maior parte dos iPhones da Apple.