A usina de Nova Caledônia da Vale: fim do acordo ocorre durante revisão das leis minerais e um salto nos preços do níquel de 35% neste ano (Marc Le Chelard/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 07h46.
Reuters - O novo presidente da província sul da Nova Caledônia cancelou um acordo com duas produtoras de níquel para explorar uma grande reserva de minério.
Philippe Michel disse que o memorando de entendimento com o grupo minerador francês Eramet e com a brasileira Vale é ilegal em cinco aspectos, de acordo com relato da Rádio Nova Zelândia.
Os comentários de Michel ocorrem em um momento em que o território revisa as leis minerais seguindo as mudanças de liderança e um salto nos preços do níquel de 35% neste ano, depois que a Indonésia proibiu exportações do minério em janeiro.
Michel disse à Reuters em junho que a ilha do sul do Pacífico precisa se planejar para o futuro sem as minas de níquel e que iria introduzir um tributo de exportação ligado ao preço do níquel para criar um futuro fundo.
Segundo o relato da rádio, o empreendimento iria explorar as reservas de níquel Prony e Pernod no sul da ilha principal ao longo de quatro anos. As estimativas são de que elas contenham 3 milhões de toneladas de níquel a serem extraídas ao longo de 50 anos.
Um acordo tem sido proposto para estabelecer uma joint venture na qual o governo provincial seria o maior acionista, segundo o relato.
A Nova Caledônia, na costa nordeste da Austrália, detém cerca de um quarto das reservas mundiais conhecidas de níquel e emprega mais de 6 mil pessoas no processamento do minério.
As minas de níquel representam cerca de 20% da produção econômica do território governado pela França, segundo dados oficiais.
O processamento do níquel se tornou uma bandeira para alguns grupos locais devido aos danos ambientais. Mais cedo neste ano, um vazamento químico levou a distúrbios que fecharam a mina de níquel Goro, da Vale, por cerca de um mês.