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Noivos e mochileiros financiam embaixadas da Coreia do Norte

Albergues e empresas de salões para casamentos mantêm contratos de aluguel com as embaixadas da Coreia do Norte

Contratos violam as resoluções da Organização das Nações Unidas, mas as empresas continuam funcionando (Getty Images/Getty Images)

Contratos violam as resoluções da Organização das Nações Unidas, mas as empresas continuam funcionando (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2017 às 14h24.

Um albergue em Berlim, uma empresa de salões para festas de casamento em Sófia e um estúdio de produção de som em Varsóvia estão enfrentando problemas por causa de seu senhorio: Kim Jong Un.

Estas empresas privadas têm contratos de aluguel com as embaixadas da Coreia do Norte nessas capitais do Leste Europeu, o que proporciona renda para o governo de Kim, carente de dinheiro.

Os contratos violam as resoluções da Organização das Nações Unidas, mas as empresas continuam funcionando — e os governos locais estão tendo dificuldades para encerrar os contratos de aluguel.

A dificuldade que até mesmo os aliados dos EUA enfrentam para reprimir essas atividades empresariais relativamente inócuas evidencia os desafios de fazer com que as sanções contra a Coreia do Norte surtam efeito.

Embora os EUA tenham se concentrado principalmente em pressionar a China, o secretário de Estado Rex Tillerson quer que o restante do mundo se empenhe em limitar os fluxos financeiros direcionados à Coreia do Norte.

"É muito fácil falar sobre mais sanções, mas a realidade é que ao tentar traduzir isso em ações concretas, cada país tem suas próprias prioridades", disse Brian Bridges, professor adjunto de política asiática na Malásia da Universidade de Lingnan, de Hong Kong, que escreveu livros sobre a Coreia do Norte.

"Se você estiver a milhares de quilômetros de distância e a Coreia do Norte não for uma ameaça direta, essa vai ser uma prioridade bastante baixa."

Depois que a Coreia do Norte testou um míssil balístico intercontinental no dia 4 de julho, o que a deixou mais perto de poder atingir os EUA com uma ogiva nuclear, Tillerson pediu uma resposta global.

"Qualquer país que hospedar trabalhadores norte-coreanos convidados, que oferecer quaisquer benefícios econômicos ou militares, ou que não implementar plenamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU estará ajudando e incentivando um governo perigoso", afirmou.

É impossível saber exatamente quanta renda a Coreia do Norte gera das atividades das embaixadas. Zang Hyoung-soo, professor da Universidade de Hanyang que estudou as finanças da Coreia do Norte, disse que apenas 10 ou mais de suas 47 embaixadas são grandes o suficiente para gerar dinheiro.

"Como Kim não paga seus diplomatas, qualquer dinheiro gerado pelas embaixadas é apenas o suficiente para fazer os pagamentos necessários para o funcionamento das próprias embaixadas", disse Zhang.

Ainda assim, esta é a ponta de um iceberg muito grande. Além de alugar imóveis, a Coreia do Norte tem gerado bilhões de dólares por ano traficando drogas, vendendo armas, falsificando moedas e explorando trabalhadores convidados, de acordo com a Rede Internacional de Direitos Humanos do Trabalhador Norte-Coreano no Exterior.

Alemanha, Bulgária, Polônia e Romênia informaram à ONU que estão tomando providências para que as embaixadas deixem de alugar suas instalações. Mas não podem simplesmente fechá-las, em parte porque estão entre os países que têm embaixadas em Pyongyang.

Filas recentes nos postos de gasolina da Coreia do Norte indicam que o governo está sem moeda estrangeira para comprar combustível, o que aumenta a pressão sobre os diplomatas para gerar dinheiro, disse Enna Park, embaixadora da Coreia do Sul pela diplomacia pública, a jornalistas em Hong Kong na semana passada.

"Vai demorar um pouco para que as sanções tenham uma cobertura completa", disse ela. "Eles estão tentando fazer todos os tipos de negócios para ganhar dinheiro."

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