Negócios

No Brasil, empresas familiares cresceram mais que no mundo

De acordo com pesquisa da PwC, enquanto 79% das companhias familiares cresceram nos últimos 12 meses, no mundo o índice foi de 65%


	O Boticário: 76% das empresas familiares no Brasil esperam crescer nos próximos 5 anos
 (Divulgação/O Boticário)

O Boticário: 76% das empresas familiares no Brasil esperam crescer nos próximos 5 anos (Divulgação/O Boticário)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 9 de junho de 2015 às 16h03.

São Paulo -  No último ano, o desempenho das empresas familiares no país superou a média mundial, segundo estudo da PwC. Enquanto 79% das brasileiras cresceram nos últimos 12 meses e 76% esperam manter os resultados positivos nos próximo cinco anos, globalmente esses índices são de 65% e 85%, respectivamente.

A pesquisa ouviu mais de 120 companhias no Brasil, a maioria de grande porte. No mundo todo, 2.400 pessoas foram entrevistadas, em mais de 40 países.

Outro ponto em que as organizações tupiniquins aparecem à frente das demais é a utilização de instrumentos formais para solução de conflitos. Enquanto 91% delas dizem estar com essas ferramentas em vigor, a média global é de 83%.

Por outro lado, a inserção das empresas familiares brasileiras no mercado internacional ainda é pequena. Somente 38% delas fazem negócios no exterior e apenas 6% de suas receitas são obtidos com a exportação de produtos e serviços.

A nível global, entretanto, 25% do faturamento das companhias familiares vêm de negócios com outros países.

Sucessão

Um dado que chama a atenção é o baixo índice de companhias que possuem planos de sucessão bem estruturados e documentados: 11%, no geral. "Na realidade, muitas empresas ainda não estão preparadas para situações que podem prejudicar a longevidade dos negócios”, explica Carlos Mendonça, sócio da PwC Brasil, em nota.

Para garantir que o negócio seja passado por gerações, é preciso que os integrantes da família participem do plano de desenvolvimento da empresa, segundo a consultoria.

De acordo com Mary Nicoliello, diretora da PwC Brasil, isso pode ser feito com a criação, desde muito cedo, de um plano de carreira para familiares que comandarão a companhia. "Assim, a chance do herdeiro se interessar pelo negócio e, posteriormente, querer assumir a gestão são muito maiores”, diz em nota.

Para Mendonça, a necessidade de as empresas familiares brasileiras acelerarem seus processos de inovação, se profissionalizarem e se adaptarem melhor ao mercado fica evidente no levantamento.

"Falta ter um plano de longo prazo, seja planejar a sucessão dentro da família, seja preparar a companhia para uma eventual venda ou abertura de capital. Este tipo de prática faz com que a empresa esteja preparada para o futuro, seja ele qual for", diz em nota.

Desafios

De acordo com o material, por aqui, os maiores desafios dos líderes de negócios familiares são a necessidade constante de inovação e o contexto econômico, ambos citados por 71% dos respondentes.

Para a PwC, as empresas brasileiras são tradicionalmente resistentes a inovar, mas estão mudando de atitude por conta da chegada das novas gerações (mais adeptas a novos modelos, métodos e tecnologias) ao mercado de trabalho.

Globalmente, além da necessidade de inovar (lembrada por 64% dos participantes), outro grande desafio é atrair profissionais qualificados (61%).

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas familiaresgestao-de-negociosHerdeirosPwCSucessão

Mais de Negócios

Max vence 'briga' com Netflix por novos assinantes; qual é a estratégia?

Esta startup ajuda as varejistas a economizar milhões em multas com... etiquetas

A nova era do franchising

"Vou pensar e te aviso": essas são as objeções mais comuns dos clientes – veja como respondê-las