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Nippon Steel pede investigação por disputa na Usiminas

Grupo japonês pediu à CVM para investigar o grupo Ternium Techint envolvendo a disputa no conselho de administração da Usiminas


	Usiminas: a Ternium "não age em favor dos melhores interesses da Usiminas", segundo a Nippon Steel
 (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)

Usiminas: a Ternium "não age em favor dos melhores interesses da Usiminas", segundo a Nippon Steel (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 20h27.

São Paulo - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai apurar atos do grupo Ternium Techint envolvendo disputa no conselho de administração da Usiminas, maior produtora de aços planos do Brasil, após pedido de investigação feito pela Nippon Steel.

O pedido do grupo japonês, que divide com a Ternium Techint o controle da Usiminas, inclui membros do conselho de administração da siderúrgica indicados pelo grupo ítalo-argentino. Segundo a CVM, a solicitação da Nippon foi recebida e será analisada no âmbito de um processo aberto nesta terça-feira, que investiga alegações de violação de deveres fiduciários. Não há um prazo para uma decisão.

De acordo com comunicado da Nippon Steel enviado à imprensa, a companhia considera que a "Ternium Techint não age em favor dos melhores interesses da Usiminas".

A Ternium considerou as acusações da sócia como levianas e avaliou a postura do grupo japonês como violenta e desproporcional. A companhia afirmou que manterá estratégia de tomar todas as medidas legais e societárias para proteger a Usiminas "dos efeitos nefastos da conduta ilegal e irresponsável da Nippon e de seus representantes".

A rixa entre os dois grupos se tornou pública com a demissão no final de setembro do presidente-executivo da Usiminas, Julián Eguren, e de dois altos executivos indicados pela Ternium Techint.

A demissão dos executivos ocorreu após votação em 25 de setembro que terminou sendo desempatada pelo presidente do conselho da Usiminas, Paulo Penido, indicado pelo grupo Nippon.

Desde a retirada dos executivos da diretoria da Usiminas, o grupo Ternium Techint tenta reverter a decisão do conselho de administração da empresa.

Porém, a Justiça de Minas Gerais já deu ganho de causa duas vezes ao grupo Nippon, que afirma que os executivos foram demitidos por recebimento de pagamentos da empresa que não teriam sido sujeitos à deliberação pelo conselho de administração da siderúrgica.

Os valores envolvidos seriam de cerca de 1 milhão de reais. Para a Ternium, a Nippon rompeu acordo de acionistas ao usar a situação para ganhar controle sobre a gestão da Usiminas.

Segundo comunicado da Nippon nesta terça-feira, Penido tem contrato de consultoria com o grupo japonês "para assuntos relacionados à estratégia, riscos e ambiente de negócios na América Latina, especialmente em temas ligados ao mercado siderúrgico".

A reunião do dia 27 foi encerrada sem um acordo sobre a composição da diretoria executiva definitiva da companhia. Segundo fonte próxima do assunto, apesar do impasse entre Nippon e Ternium não estar gerando problemas para a operação da Usiminas, um acordo entre os dois grupos ainda deve demorar para acontecer.

O grupo japonês afirmou que segue disposto a negociar a solução do conflito, mas que "não pode aceitar o retorno de um executivo afastado por recebimento de valores indevidos". A Nippon propôs uma lista de candidatos para a diretoria da Usiminas, e a Ternium fez o mesmo, incluindo o ex-diretor industrial demitido em setembro Marcelo Chara.

Outro tema rejeitado na reunião dos grupos no final de novembro foi exigência da Nippon para a criação de mecanismo de solução de impasses "para situações especiais como a nomeação do diretor-presidente, a fim de evitar cenários semelhantes ao enfrentado recentemente", afirmou o grupo japonês.

Para o grupo ítalo-argentino, a demissão de seus executivos foi feita de forma ilegal e decidida "única e exclusivamente em razão da negativa do Grupo Ternium/Tenaris em consentir com as mudanças unilateralmente exigidas pela Nippon aos termos do Acordo de Acionistas amplamente negociado em 2012". Segundo a Ternium, as mudanças seriam "desnecessárias e contrárias aos interesses da Usiminas e de seus acionistas".

*Atualizada às 21h27 do dia 02/12/2014

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