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Nike, online e personal trainer: como a Centauro superou perder a Netshoes

O Grupo SBF, dono da varejista esportiva Centauro, perdeu a disputa pela Netshoes logo após abrir capital. Desde então, suas ações já subiram 280%

Centauro: grupo SBF, que controla a marca, é uma das estrelas do Ibovespa e acaba de adquirir as operações da Nike no Brasil (Centauro/Divulgação)

Centauro: grupo SBF, que controla a marca, é uma das estrelas do Ibovespa e acaba de adquirir as operações da Nike no Brasil (Centauro/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 07h45.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2020 às 08h45.

O Grupo SBF, dono da varejista de material esportivo Centauro, é uma das estrelas da bolsa brasileira. Desde a estreia na bolsa, em 16 de abril, o SBF valorizou 280%, para 10 bilhões de reais. Isso apesar de 13 dias depois de ter ido à bolsa descobrir que a rede Magazine Luiza havia fechado um acordo para comprar a Netshoes, loja virtual que é uma das principais concorrentes da Centauro. Após uma guerra de ofertas, a Centauro perdeu a parada, e teve que se virar sozinho. Não tem sido mau negócio.

“A disputa serviu para mostrar que não estamos aqui para andar de lado. Nossa ambição é grande e temos muito para fazer”, afirma o presidente do grupo, Pedro Zemel. Em 7 de fevereiro, a Centauro anunciou um investimento de 900 milhões de reais para comprar a distribuição brasileira da fabricante de artigos esportivos Nike, numa cartada que fez as ações da companhia subir 10% num dia.

A aposta da Centauro é que marcas esportivas, como a Nike, queiram adotar uma postura de empresa de luxo na internet. É uma estratégia que casa com a tática da Centauro. Sem conseguir brigar com Magazine Luiza, B2W, Via Varejo, Mercado Livre e Amazon por um lugar no comércio de todo tipo de mercadoria, a Centauro definiu que seu negócio é focar o segmento do esporte.

A competição com a Netshoes ao longo dos anos obrigou a Centauro a dedicar atenção especial ao lado digital mais cedo do que outras varejistas. Em 43 de suas 209 lojas físicas, o cliente pode pagar diretamente ao vendedor, sem precisar ir até o caixa. Se não encontrar o produto que procura, pode acessar o site da Centauro via tablet na própria unidade e fazer uma encomenda.

 

A primeira loja nesse modelo foi inaugurada em 2017 no Shopping Anália Franco, em São Paulo. Atualmente, as vendas multicanal (que integram e-commerce e loja física) representam 13% das vendas totais da Centauro. “A empresa é pioneira no uso de tecnologia no varejo. Muitas soluções que hoje trabalhamos com outras empresas foram desenvolvidas primeiro com a Centauro”, diz Jean Klaumann, vice-presidente da Linx Digital, que fornece tecnologia para empresas como Hering e O Boticário.

Aumentando a velocidade de expansão, a Centauro deve abrir e reformar 40 lojas em 2020, segundo estimativas de mercado, depois de inaugurar 19 no ano passado. Também tem buscado ideias para deixar de ser apenas vendedora de produtos esportivos e se tornar o destino de quem quer consumir inclusive serviços ligados ao esporte.

“A Centauro pode ser um dia o lugar para procurar um personal trainer, comprar um jogo no pay per view, ou alugar uma bicicleta via aplicativo. Essa é a verticalidade que estamos buscando”, afirma Zemel. Depois da compra da Nike do Brasil, outras unidades de negócio podem ser criadas no SBF na próxima década.

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A reportagem completa sobre a estratégia de crescimento da Centauro está na edição 1203 de EXAME.

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