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Nextel fecha acordo para usar a rede 3G da Vivo

O acordo significa que toda a vez que um usuário entrar em uma área sem cobertura da Nextel, ele será automaticamente transferido em roaming para a Vivo


	Loja da Nextel: o negócio tira da Nextel a pressão de ter de fazer uma rede própria rapidamente em mercados menos rentáveis
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Loja da Nextel: o negócio tira da Nextel a pressão de ter de fazer uma rede própria rapidamente em mercados menos rentáveis (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 08h09.

São Paulo - A Nextel deve anunciar nesta segunda-feira, 13, um acordo de uso da rede da Telefônica no Brasil e no México, segundo apurou a reportagem.

O acordo, que deve valer por cinco anos e foi costurado diretamente com a sede espanhola da Telefônica, significará que toda a vez que um usuário brasileiro entrar em uma área sem cobertura da Nextel, ele será automaticamente transferido em roaming para a Vivo para uso de voz e rede 3G.

O valor da operação não deverá ser revelado pelas partes. No entanto, fontes disseram à reportagem que o montante negociado foi considerado interessante o suficiente pelo grupo espanhol até para contrariar a vontade dos executivos locais da Vivo, que temiam que o tráfego dos clientes da Nextel pudesse representar um "peso" adicional à capacidade da rede da operadora líder no País.

Para a Nextel, o acordo servirá para tirar a operadora de um impasse. A empresa, que sempre foi mais conhecida pelo serviço de rádio, se viu em uma espécie de "limbo" a partir do momento em que a demanda dos usuários de telefonia móvel saiu da voz para os dados.

A companhia venceu a licitação da banda H do 3G, em 2010. Vinha tentando construir uma rede de web móvel, mas, mais de três anos depois, sua cobertura 3G se restringe às maiores capitais do País (Rio e São Paulo).

O negócio tira da Nextel a pressão de ter de fazer uma rede própria rapidamente em mercados menos rentáveis. A reportagem apurou que a operadora deverá continuar a expansão de seu serviço 3G, até para cumprir metas de expansão combinadas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).


Segundo fontes de mercado, essa dificuldade em se adaptar às mudanças do setor de telefonia custou caro à operadora nos últimos dois anos.

A empresa viu sua carteira de clientes minguar à medida que a vantagem do rádio - que era o serviço de voz ilimitado entre seus usuários - foi se esvaindo depois que as grandes operadoras, lideradas por um movimento da TIM, começaram a oferecer planos com ligações grátis dentro de sua própria base.

Para a Nextel, o acordo com a Telefônica garantirá aos clientes que usam a internet constantemente a cobertura fora do Rio e de São Paulo.

Nos últimos meses, mesmo com a cobertura limitada de 3G, a empresa mudou o perfil dos pacotes de serviço oferecidos ao consumidor. Deixou o foco no rádio e a internet móvel passou a ser o "carro-chefe" das ofertas. Há planos da operadora que até excluem o "clássico" rádio.

Mesmo assim, a Nextel seguia com dificuldades em se firmar no mercado. A receita da empresa no País foi de US$ 491 milhões no terceiro trimestre de 2013, queda de 29% em relação ao mesmo período de 2012.

'Nanica'

A empresa tem ainda vantagens competitivas por causa de sua pequena participação de mercado, que estava em 0,09% em novembro de 2013, segundo a Teleco, consultoria em telecomunicações.

Por isso, tem acesso a vantagens concedidas pela Anatel, que determinou que as companhias de pequeno porte têm direito a desconto na taxa de interconexão com as grandes operadoras. Além da Nextel, têm acesso a esses benefícios a mineira CTBC (Algar) e a paranaense Sercomtel.

Procuradas pela reportagem, a Nextel e a Telefônica não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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