Netshoes: dentre as novidades recentes da empresa está o envio "super expresso" de produtos de grande volume (Luísa Melo/Exame.com)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2014 às 14h32.
São Paulo - Maior empresa de comércio eletrônico de artigos esportivos do mundo, a Netshoes vem apostando em diferentes modalidades de entrega para reduzir gastos com o serviço, conforme concentra esforços para tentar operar no azul.
Em entrevista à Reuters, a vice-presidente de operações da companhia, Graciela Tanaka, afirmou que os custos com entregas foram cortados pela metade desde que a empresa iniciou em 2011 um plano de sustentabilidade de médio a longo prazos, que previa a cobrança por novos tipos de envio.
"Quando o e-commerce estava começando no Brasil, ele tinha que ter alguns atrativos para ser o chamariz para o consumidor. Naquela época foi a entrega grátis, o parcelamento em 12 vezes", afirmou ela à Reuters, acrescentando que as práticas não seriam sustentáveis indefinidamente do ponto de vista financeiro.
Atualmente, a companhia oferece até quatro opções de frete dependendo da região do comprador, sendo que, para não pagar nada, o internauta leva mais tempo para receber a encomenda em casa.
Dentre as novidades recentes da empresa está o envio "super expresso" de produtos de grande volume por meio de um projeto piloto na Grande São Paulo.
O preço do envio é de 59,90 reais (entrega de 10 a 50 quilos) ou de 79,90 reais (de 59 a 200 quilos) e a modalidade realiza a entrega até as 22h do mesmo dia para compras fechadas até as 13h. Antes disso, a Netshoes já havia iniciado a entrega super expressa para itens de menos de 10 quilos na região metropolitana paulista, além de Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Olinda (PE) e Jaboatão dos Guararapes (PE).
O movimento da Netshoes acontece em um momento em que as grandes empresas de e-commerce redobram o foco sobre a rentabilidade ao mesmo tempo em que ganham a atenção de investidores globais, na esteira da listagem em bolsa de representantes de peso do setor.
Em setembro, a oferta pública inicial de ações do gigante chinês Alibaba movimentou 25 bilhões de dólares na bolsa de Nova York. Na sequência, também abriram capital na bolsa de Frankfurt as alemãs Zalando, de varejo online de moda, e a investidora em varejo online Rocket Internet, que no Brasil controla a Dafiti.
Segundo uma fonte próxima à companhia, a Netshoes estaria operando com lucro há pelo menos três meses, acrescentando que a companhia pretende futuramente fazer uma oferta pública inicial (IPO) de ações na bolsa norte-americana Nasdaq apresentando um histórico de desempenho positivo para os investidores.
O plano do IPO nos EUA já havia sido ventilado no mercado em outras oportunidades, mas acabou nunca se concretizando. Se for em frente, a companhia se juntará à Cnova, empresa que reúne operações de varejo online do Grupo Pão de Açúcar e do seu controlador francês Casino e que planeja listagem na Nasdaq entre o fim deste ano e começo do ano que vem.
Questionada sobre a possibilidade, Graciela se limitou a dizer que a Netshoes atingiu um patamar no qual "tanto rodadas com investidores como a possibilidade de IPO fazem parte do dia a dia", e que "está no caminho" para sair do vermelho.
No ano passado, a empresa reduziu o prejuízo líquido a 71,9 milhões de reais, ante perda de 93,7 milhões no ano anterior, ajudada por um aumento de 21,1 por cento na receita de vendas e serviços, que somou 965,1 milhões de reais. Em maio, a Netshoes anunciou novo aporte de 170 milhões de dólares, em rodada de investimentos liderada pelo GIC, fundo soberano de Cingapura, mas que também contou com a participação do grupo de fundadores da empresa e dos atuais acionistas Tiger Global Management, Temasek Holdings, Iconiq Capital e Kaszek Ventures.