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Netflix tenta mostrar que concorrência não assusta

Empresa de streaming divulga resultados do quarto trimestre nesta quarta-feira, e deve fechar o ano com faturamento de 20 bilhões de dólares

Jonathan Prycem estrela de "Dois Papas": Netflix ganhou mais indicações ao Oscar do que qualquer outro estúdio (Mario Anzuoni/File Photo/Reuters)

Jonathan Prycem estrela de "Dois Papas": Netflix ganhou mais indicações ao Oscar do que qualquer outro estúdio (Mario Anzuoni/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 06h04.

Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 06h56.

São Paulo — Dois meses após o lançamento das plataformas de streaming Disney+ e Apple TV+, a Netflix apresenta seus resultados do quarto trimestre e do ano de 2019 nesta terça-feira 21, após o fechamento do mercado. Após ano de desconfiança, a empresa deve apresentar números positivos e mostrar que há muito chão pela frente até que as concorrentes ameacem seu reinado.

A estimativa dos analistas é que o faturamento do trimestre feche em 5,5 bilhões de dólares, uma alta de 31% em relação ao quarto trimestre do ano anterior. No ano, a expectativa é de alta de 27%, com faturamento de 20,1 bilhões de dólares.

Em número de assinantes, principal métrica que mostra o crescimento da empresa, a estimativa da própria Netflix é ter ganhado pouco mais de 26 milhões de usuários — cerca de 1 milhão a menos do que em 2018, mas ainda uma alta de dois dígitos na base de mais de 158 milhões de assinantes.

O ano passado foi marcado por uma boa dose de temor de que a Netflix esteja desacelerando. O ápice veio em julho, quando os resultados do segundo trimestre mostraram perda de usuários nos Estados Unidos pela primeira vez. No mesmo dia, as ações caíram 10%. De lá para cá, a empresa voltou a crescer, mas não o suficiente para animar o mercado. No acumulado dos últimos 12 meses, o valor da ação teve uma queda de mais de 3%. Muito abaixo da valorização de mais de 25% do S&P 500, índice das maiores empresas americanas, no mesmo período.

O ano de 2020 deve ser de fortalecimento das concorrentes. Com dois meses de lançamento, o Disney+ já atingiu mais de 40 milhões de downloads. O HBO Max, que vai juntar conteúdos da HBO e da Warner e terá clássicos como “Friends”, também tem previsão de lançamento em 2020.

Apesar do cenário desafiador, a maioria dos analistas vem recomendando a compra da ação da Netflix, hoje na casa dos 339 dólares. Os mais otimistas apontam que o papel pode valorizar mais de 30% nos próximos 12 meses. A leitura é que a Netflix, líder absoluta no mercado de streaming e praticamente um sinônimo da categoria, ainda ficará na liderança por muito tempo.

Pelo menos até agora, o ano está promissor para as produções da casa, que conquistaram 24 nomeações no Oscar — mais do que qualquer outro estúdio renomado de Hollywood. No ano passado, “Roma” foi indicado, mas bateu na trave como melhor filme. Neste ano, produções como “O Irlandês” e “Dois Papas” podem ganhar estatuetas. Seria uma bela prova de que, mesmo com rivais tirando seus filmes do catálogo, a Netflix ainda tem muito braço para conquistar assinantes com seu conteúdo próprio.

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