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Nenhum outro banco procurou o FGC, diz Ferreira

Presidente do órgão defende que ajuda ao Panamericano garantiu estabilidade so sistema financeiro

O Banco Panamericano recebeu ajuda de R$ 2,5 bilhões do FGC (EXAME/EXAME.com)

O Banco Panamericano recebeu ajuda de R$ 2,5 bilhões do FGC (EXAME/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 18h00.

Passado pouco mais de uma semana do socorro de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ao Banco Panamericano, o presidente do conselho do fundo, Gabriel Jorge Ferreira, diz que a normalidade já voltou ao mercado bancário.

"O objetivo do empréstimo foi justamente assegurar a normalidade do sistema financeiro", disse ele, reafirmando que nenhum outro banco está em conversas com o FGC no momento em busca de recursos. "Com exceção do Panamericano, há muito tempo que não conversamos com bancos."

Na avaliação de Ferreira, se o banco tivesse sofrido uma intervenção do Banco Central, o mercado teria um trauma e o cenário demoraria algum tempo para voltar ao normal. "Os saques foram honrados, a diretoria antiga demitida e uma nova administração tomou posse para normalizar as operações do banco" disse o executivo após palestra em evento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo.

O FGC tem R$ 28 bilhões em ativos atualmente e arrecada R$ 300 milhões por mês com as contribuições obrigatórias de todos os bancos que operam no País. Segundo Ferreira, não há planos de elevar a taxa de contribuição para o fundo.

Auditoria

O presidente do conselho do FGC minimizou a responsabilidade dos auditores pelos problemas do Banco Panamericano. "Acho difícil atribuir qualquer responsabilidade aos auditores sem saber as informações que foram passadas pelos administradores do Panamericano (aos executivos das empresas de auditoria)", disse.

Antes de responsabilizar os auditores, Ferreira destaca que é necessário investigar se os trabalhos desses profissionais foram eficientes, se houve omissão de dados por parte dos administradores do banco e se essa omissão foi culposa.

Para ele o auditor segue normas e regras internacionais e costuma se valer das informações passadas pelos executivos que administram a instituição. "Todo esse trabalho é registrado em documentos e discutido com a administração", destacou o executivo.

A empresa que fez a auditoria no Panamericano é a Deloitte, que está sendo questionada sobre como não conseguiu ver os problemas contábeis no banco. A KPMG, que auditou o banco na venda de uma participação minoritária para a Caixa Econômica Federal, também é alvo de questionamentos.

O banco do grupo Silvio Santos teve de ser socorrido na terça-feira da semana passada após a descoberta de problemas na cessão de créditos do banco a outras instituições financeiras. Um mesmo ativo chegou a ser vendido para bancos diferentes, segundo o Banco Central. Também foi descoberto um rombo de R$ 400 milhões na administradora de cartões do banco. O Ministério Público Federal está investigando o banco a partir das denúncias do BC, de indícios de fraude na administração da instituição.

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