Franquia da Polpanorte: investimento inicial é a partir de R$ 150 mil (Polpanorte/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 8 de maio de 2024 às 05h55.
Última atualização em 20 de junho de 2024 às 11h48.
Como se aproximar do consumidor final tem sido a grande questão da fabricante de açaí Polpanorte nos últimos anos. Após conquistar a liderança do mercado com forte presença no food service, a empresa paranaense quer estar cada vez mais presente na boca (e na cabeça) do consumidor final. Para isso, a marca do Grupo Zeppone aposta suas fichas no mercado de franquias.
"O modelo de franquia vai fortalecer a marca e será um novo pilar de expansão da Polpanorte. É um modelo rentável para nós e para os investidores franqueados", diz o CEO João Zeppone.
A Polpanorte tem capacidade de produção de 160 toneladas de açaí por dia. Para se tornar uma marca mais conhecida, a fabricante de açaí espera abrir 30 lojas franqueadas neste ano. O investimento inicial varia entre R$ 150 mil a R$ 350 mil, a depender do modelo de loja e do tamanho da operação. No médio prazo, a expectativa é chegar a 100 unidades.
O modelo foi testado por mais de um ano em algumas operações próprias em Maringá e Londrina, no Paraná. Neste mês, o número de quiosques próprios da marca vai crescer. Quatro unidades serão inauguradas no Parque Ibirapuera, na capital paulista, nas próximas semanas.
"Ao abrir quiosques em São Paulo queremos iniciar por conta própria o fortalecimento da marca na cidade", diz o coordenador de marketing Jonathan Campos.
Com crescimento de 30%, a Polpanorte faturou R$ 420 milhões no último ano. Com a entrada no franchising, além de expansão internacional e crescimento no varejo via distribuidores, a companhia quer repetir o crescimento acelerado do último ano e se aproximar dos R$ 550 milhões.
Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME EmpreendaA Polpanorte é uma das marcas do Grupo Zeppone, fundado em 1995, em Japurá, no interior no Paraná. A empresa familiar investia mais em operações agrícolas do que no crescimento das marcas de polpas e frutas congeladas.
Depois de uma divisão societária, em 2015, Nelson Zeppone e seus filhos passaram a investir mais na produção do “ouro roxo” da floresta amazônica: o açaí.
"Sempre enxergamos potencial de negócio na Polpanorte, mas era necessário investir em indústria e gestão, algo que não era viável antes", explica o CEO.
A dona das marcas Polpanorte, Origem Açaí e Frutuá é liderada atualmente por João Zeppone e se dedica à produção de polpas e açaí, cremes e sorbets, além de frutas congeladas.
Filho de Nelson Zeppone, um dos fundadores da indústria alimentícia paranaense, João faz parte da segunda geração no comando do negócio familiar e atua na empresa desde os 16 anos, com passagens por diferentes setores da companhia.
Ele assumiu o cargo de CEO em 2020, depois de cinco anos à frente da diretoria. Hoje, aos 31 anos, sua gestão impulsiona a expansão do grupo.
"Em 2020 nos tornamos uma S/A de capital fechado e estruturamos melhor a nossa governança. Eu assumi o cargo de CEO e o meu pai virou presidente do conselho", diz o executivo.
Além de ampliar a fábrica em Japurá, no Paraná, o grupo decidiu investir na construção de uma planta industrial em Benevides, no Pará. Em 2019, a companhia desembolsou R$ 30 milhões no projeto que começou a operar dois anos depois.
Com uma base no Pará, a companhia conseguiu verticalizar a produção e reduzir custos de operar na região com empresas terceirizadas.
"Desde 2015 nós crescemos mais de dois dígitos por ano. Com a operação da planta de Benevides conseguimos dobrar a produção de sorbet de açaí e alcançar a liderança do mercado", diz o executivo.
A planta no Pará passa por um processo de expansão. "Queremos aumentar o volume de extração de açaí", diz o executivo.
Em 12 meses serão investidos cerca de R$ 25 milhões. A produção diária é, em média, de 20 mil latas por dia, cada uma com 14 quilos de fruto. Após a ampliação, o volume será de 30 mil latas de fruto.
Para se tornar líder de mercado, o grupo priorizou o crescimento no mercado de food service através de distribuidores locais, que também atendem o pequeno varejo local. Hoje, as lojas de açaí e sorveterias atendidas via distribuidores representam 65% das vendas de açaí Polpanorte. Os outros 30% estão nos grandes varejistas e cerca de 5% na exportação, que hoje representa menos de 5% da receita da companhia, apesar de ser uma frente em crescimento.
"No começo usamos a nossa base de distribuidores de polpa de fruta para crescer. Muitos deles trabalhavam com outras marcas de açaí do mercado", diz Zeppone.
O grupo focou em crescer nos estados da região Sul e Centro-Oeste. O produto foi bem aceito pelo mercado e, em três anos, a Polpanorte se tornou líder de mercado.
O grupo conta atualmente com 80 distribuidores. Para o CEO, aumentar a quantidade de vendas de cada distribuidor é mais importante do que aumentar o tamanho da base de forma rápida.
"Investimos em testes e degustação de produtos, além de treinamentos de vendas, para garantir que os nossos distribuidores tenham a capacidade de atender cada vez mais clientes", explica.
As franquias não foram a primeira aposta do grupo para popularizar a marca Polpanorte. Nosúltimso anos, a companhia tem investido mais em estratégias de marketing. A Polpanorte conta com lounges permanentes nos camarotes dos principais estádios de futebol, como Morumbi, Neo Química Arena, Vila Belmiro, Allianz Parque e Engenhão.
Além disso, está presente nos principais shows internacionais no Brasil, como Coldplay, Rebeldes, Taylor Swift, Red Hot e Paul McCartney.
Com as lojas franqueadas, o marketing da marca ganha um reforço. "Estaremos na ponta atendendo os consumidores, garantindo produtos de qualidade e tornando nossa marca mais forte", diz o executivo.