Arauco pode continuar negociando termos melhores para compra, embora deva enfrentar concorrência pela Eldorado (Dado Galdieri/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 11h20.
Última atualização em 4 de agosto de 2017 às 15h56.
São Paulo - A chilena Arauco e o grupo J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, ainda não fecharam acordo para a compra da Eldorado Brasil Celulose.
Segundo fontes, as negociações continuam, mas sem exclusividade, já que o acordo, firmado no dia 16 de junho, foi finalizado na madrugada desta sexta-feira, 4.
Uma outra fonte contou ao Estadão/Broadcast que o impasse está no preço oferecido pela Arauco.
A expectativa agora gira em torno da brasileira Fibria, que pode apresentar uma proposta com o fim da exclusividade.
"Seguimos com interesse, mas ainda não fizemos proposta. Respeitamos o período de exclusividade", disse o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, em teleconferência com a imprensa no dia 25 de julho.
Naquele dia, ele enfatizou que a empresa possuía a maior sinergia, tanto em floresta, indústria, logística, suprimento, finanças e funcionários.
"Estamos monitorando se a proposta da Arauco será convertida. A decisão desse jogo de xadrez está nas mãos dos acionistas da Eldorado", disse Castelli.
A Fibria tem como sócios o grupo Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, assim como a Eldorado, possui complexo industrial no município de Três Lagoas (MS).
Fontes já haviam informado ao Estadão/Broadcast, conforme antecipado no dia 2 de agosto, que poderia ocorrer um impasse no valor, além de detalhes extras no contrato, principalmente porque os irmãos Batista firmaram acordo de leniência com o Ministério Público Federal e a própria Eldorado é investigada nas operações Sepsis, Greenfield e Lama Asfáltica.
Procurada, a J&F Investimentos enviou nota pela assessoria de imprensa. "A J&F não comenta sobre venda de ativos e esclarece que seus processos seguem os trâmites usuais para operações dessa natureza".