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Natura e 150 empresas participam de “Greve pelo Clima” no Brasil

Movimento deve reunir 3 mil empresas pelo mundo em manifestações em defesa do meio ambiente

Manifestação: 40 cidades brasileiras devem se unir aos atos nesta sexta-feira (Tomasz Stanczak/Agencja Gazeta/Reuters)

Manifestação: 40 cidades brasileiras devem se unir aos atos nesta sexta-feira (Tomasz Stanczak/Agencja Gazeta/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 11h59.

Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 15h14.

A fabricante de cosméticos Natura e outras 150 empresas brasileiras estão participando das manifestações pelo clima no Brasil nesta sexta-feira. Elas integram o Sistema B, grupo de 3 mil empresas no mundo criado para repensar o papel social e ambiental das companhias.

Lá fora, o movimento é chamado de Fridays for Future (sextas pelo futuro) e vem ganhando especial relevância com a aproximação da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas, agendado para segunda-feira que vem em Nova York como parte da Assembleia Geral. Uma das principais vozes globais na organização das manifestações é a adolescente sueca Greta Thunberg.

“Acreditamos na redefinição do papel da empresa, com soluções de mercado para a redução da desigualdade e para questões ambientais”, diz Marcel Fukayama, diretor-executivo do Sistema B no Brasil. Segundo ele, há 30 anos era o estado quem puxava os debates ambientais; depois, o movimento chegou a organizações civis organizadas; é a vez de as empresas liderarem não só na conservação como na regeneração natural.

“Para atingirmos os objetivos definidos na agenda 2030 precisamos investir 4 trilhões de dólares por ano. Não conseguiremos isso sem as empresas”, diz. São, no total, 17 objetivos definidos para o planeta até 2030 — entre eles estão erradicação da pobreza, fome zero, energia limpa, ação contra a mudança climática, justiça e instituições eficazes.

Entre os grandes movimentos na rediscussão do papel das companhias está um manifesto que 181 presidentes de grandes empresas americanas assinaram em agosto. Ele decreta que o lucro não é mais o propósito maior das companhias — compromisso com os consumidores, empregados e comunidades são as prioridades.

Entre os signatários estão presidentes de gigantes como as varejistas Amazon e Walmart, a Apple, fabricante do iPhone, e a montadora Ford. Nesta sexta-feira, funcionários da Amazon aderiram aos protestos contra as mudanças climáticas. Quase mil empregados pediram folga para participar das manifestações.

Natura

No Brasil, uma das empresas mais engajadas é a fabricante de cosméticos Natura. A companhia publicou ontem um posicionamento em que afirma que “estamos orgulhosos de ver a movimentação de estudantes e da sociedade civil contra a crise climática. Agora, é a hora de governos e do setor privado agirem”.

O comunicado diz ainda que a Natura se comprometeu a reduzir suas emissões de carbono em um esforço mundial para que o aquecimento global não ultrapasse 1,5 grau. “Acreditamos verdadeiramente que existe uma forma melhor de viver e de fazer negócios”, diz o comunicado.

“Não dá para ir bem num mundo que vai mal. Ao menos não por muito tempo”, diz Denise Hills, diretora de sustentabilidade da Natura. “Nossa responsabilidade vai além do resultado e da geração de emprego. Precisamos ter um impacto positivo nas mudanças”.

As lojas da companhia amanheceram nesta sexta-feira adesivadas com a mensagem “o futuro é agora” e sem nenhum produto na vitrine. As consultoras da companhia também foram convidadas a se unir às manifestações. Mais de 40 cidades brasileiras devem ter atos nesta sexta-feira. Em São Paulo, a reunião será em frente ao MASP, às 16h.

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