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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Venezuelanas e colombianas passarão, em breve, a consumir e também vender produtos de beleza brasileiros de porta em porta - assim como fazem as brasileiras. A Natura incluiu na rota de seu processo de internacionalização a Venezuela e a Colômbia, onde vai implantar o sistema de venda direta idêntico ao do Brasil. Neste ano, o investimento total desse projeto será de 35 milhões de reais - mais do que os 31,8 milhões investidos no ano passado. A entrada na Venezuela ocorre em dois meses. Na Colômbia, será no ano que vem.
David Uba, diretor financeiro e de Relações com os Investidores da Natura, explica que a intenção é firmar-se nos países que consomem 80% de todos produtos cosméticos, de perfumaria e higiene pessoal na América Latina. Hoje, a empresa já conta com 36.000 consultoras na Argentina, Chile, Peru, Bolívia e México.
Expansão entre os latinos
A expansão além-fronteiras da fabricante de produtos tipicamente brasileiros - como a Linha Ekos, feita de andiroba, pitanga, entre outros frutos do país - ficará restrita à América Latina. Pelo menos, inicialmente. O primeiro motivo, apontado pelos executivos em reunião com analistas nesta sexta-feira (17/3), é o potencial para crescimento. Na região, onde o consumo anual de cosméticos, perfumaria e itens de higiene pessoal ultrapassou 13,4 bilhões de dólares em 2004, a participação de mercado se resume a 0,3%. No Brasil, onde a receita líquida estimada do setor chegou a 8 bilhões de reais nos 10 primeiros meses de 2005, o market-share já chega a 20,6%.
Outra justificativa para não desembarcar nos Estados Unidos, Rússia ou China está no know-how sobre o mercado vizinho. Segundo Alessandro Carlucci, diretor-presidente da Natura, serão feitos estudos sobre esses e outros países mas o desconhecimento do mercado e do perfil do consumidor, a distância e a diferença de idioma acabam contribuindo para adiar vôos mais longos. O único país europeu onde a companhia já fincou bandeira foi a França. Mas, em Paris, o objetivo é diferente: mais do que vender produtos e aumentar o faturamento, a intenção é fortalecer a marca e torná-la conhecida entre algumas das consumidoras mais exigentes do mundo.
Num prazo de cinco anos, a Natura planeja entrar em outros países latino-americanos. Entre eles, Equador, Porto Rico e Uruguai.
Terceirização
Apesar de vender para consumidoras em países tão distantes entre si - como México e Argentina -, a Natura ainda não implantou nenhuma fábrica no exterior e, na verdade, nem pensa nisso. Em estudo, está a terceirização da fabricação de produtos com volume e peso grandes mas preço unitário baixo. Um exemplo é a linha de sabonetes e xampus que, no Brasil, já foi parte terceirizada para reduzir gastos com frete. Já as mercadorias mais leves e menos volumosas e que possuem preços unitários mais altos devem continuar sendo fabricadas pela companhia em sua sede, no município de Cajamar (SP). Em razão do tamanho e do retorno financeiro que cosméticos e cremes antiidade, por exemplo, proporcionam, o custo logístico desses produtos acaba não tendo um impacto importante no conjunto de despesas da empresa.
Natura em números | |
Consultoras no Brasil: | 483 mil |
Consultoras no exterior: | 36 mil |
Receita bruta (em 2005) | R$ 3,2 bilhões |
Variação (em relação a 2004) | 28% |
Ebitda (em 2005) | R$ 564 milhões |
Variação (em relação a 2004) | 30,8% |
Lucro líquido | R$ 397 milhões |
Variação (em relação a 2004) | 32,2% |
Fonte: Natura |