Negócios

Natal será decisivo para varejistas tradicionais se firmarem no e-commerce

Pão de Açúcar, Walmart e outras redes desafiam a liderança da B2W neste final de ano

A um clique: o comércio eletrônico se tornou um dos principais investimentos das varejistas tradicionais (Arquivo EXAME)

A um clique: o comércio eletrônico se tornou um dos principais investimentos das varejistas tradicionais (Arquivo EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 18h37.

São Paulo – Após um período de intensa consolidação, o varejo tradicional volta suas forças para a conquista de um novo mercado – o comércio eletrônico. E, nessa guerra, o Natal deste ano será decisivo para demonstrar a capacidade de marcas tradicionais das gôndolas, como o Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour, de baterem empresas que já nasceram focadas na internet, como a líder B2W.

De acordo com a consultoria e-bit, as vendas online crescerão 40% em relação ao mesmo período do ano passado e movimentarão 2,2 bilhões de reais apenas no período de festas. Em parte, o salto se deve ao maior investimento dessas grandes varejistas no segmento. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, estreou na internet em 1995, com o Pão de Açúcar Delivery.

O ímpeto para ampliar sua atuação no mundo virtual, porém, cresceu desde que comprou o Ponto Frio e se associou a Casas Bahia. Com isso, passou a controlar sites valiosos, como o Pontofrio.com.br, extra.com.br, paodeacucar.com.br e casasbahia.com.br. A integração das plataformas desses sites está para ser concluída, com o objetivo de disputar as vendas natalinas.

O Walmart ingressou no segmento em 2008 e hoje tem 50.000 itens divididos em 21 categorias. A rede espera um aumento de 50% nas vendas através de seu site. Já o Carrefour lançou sua plataforma online em março deste ano e oferece, atualmente, 17 categorias de produtos.

Desafios

De acordo com Alexandre Umberti, diretor de marketing e produtos da e-bit, antecipar as compras em um período aquecido do mercado é mais do que necessário. “Os consumidores devem planejar suas compras para evitar o risco de enfrentar uma surpresa desagradável”, diz.

Com a previsão de alta demanda, as empresas afirmam que já prepararam seus estoques para atender ao grande número de pedidos. Procuradas, elas não comentam detalhes de suas operações online.

“As empresas ainda não estão preparadas para atender com tranquilidade a alta quantidade de pedidos nessa época.” Por isso, esse primeiro Natal com as marcas mais tradicionais do varejo no comércio eletrônico vai mostrar quem pode ganhar mais fatia do mercado.

A consultoria americana comScore realizou um estudo neste mês sobre a situação do e-commerce na América Latina com uma amostragem de 800 participantes. O estudo mostra que as principais preocupações dos consumidores são sobre a segurança das transações, disponibilidade de opções de pagamento e a seleção de produtos online.

Adesão

A boa notícia é que os brasileiros estão aderindo ao e-commerce. Entre os mercados pesquisados, o Brasil apresentou a maior porcentagem de conversão de visitantes de sites de comércio virtual a compradores, com 94% dos consumidores no Brasil tendo realizado uma compra online. A Argentina veio logo depois com 89%, seguida da Colômbia, com 84%. O potencial de crescimento do país no varejo online é tão expressivo que chega a superar o mercado americano, o maior do mundo, que terá crescimento de apenas 12,7%.

Com as lojas e os shopping centers cada vez mais lotados e o avanço do número de internautas brasileiros, o comércio eletrônico passará por um verdadeiro teste neste Natal. Se os grandes varejistas tradicionais forem hábeis o bastante para impressionar os clientes com bons produtos, preço e entrega no prazo, terão tudo para fazê-los voltar em 2011 – e arrancar um naco de mercado da B2W.

Por que você não realiza compras online?    
  Homens Mulheres
Motivos de segurança 48% 68%
Preferem comprar pessoalmente a virtualmente 38% 32%
As opções de tipo de pagamento oferecidas 35% 32%
Custos de frete 30% 42%
Seleção de produtos não tão boa como a offline 13% 5%

Fonte: comScore

Acompanhe tudo sobre:B2WComércioe-commerceEmpresasEmpresas abertasEmpresas americanasEmpresas brasileirasEmpresas de internetEmpresas francesasInvestimentos de empresasPão de AçúcarSupermercadosVarejoWalmart

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades