Negócios

"Não venda meus dados": varejistas dos EUA correm para cumprir nova lei

Empresas vão adicionar aos sites e lojas opção para permitir que consumidores da Califórnia saibam pela primeira vez quais são os dados pessoais coletados

Varejistas: empresas devem se enquadrar em novas regras sobre privacidade de dados que entram em vigor no próximo ano (Germano Lüders/Exame)

Varejistas: empresas devem se enquadrar em novas regras sobre privacidade de dados que entram em vigor no próximo ano (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 14h19.

Washington - Varejistas dos Estados Unidos, incluindo o Walmart, adicionarão a opção "Não venda meus dados" aos sites e lojas a partir de 1º de janeiro, permitindo que os consumidores da Califórnia saibam pela primeira vez quais são os dados pessoais coletados pelos varejistas, disseram fontes.

Outras empresas, como a Home Depot, permitirão que os consumidores não apenas na Califórnia, mas em todos os EUA, acessem estas informações online. Nas lojas da Califórnia, a Home Depot adicionará sinalização, oferecerá códigos QR para que clientes possam procurar informações usando seus dispositivos móveis e treinará funcionários da loja para responderem a perguntas.

Os grandes varejistas dos EUA estão correndo para cumprir uma nova lei, a California Consumer Privacy Act (CCPA), que entra em vigor no início de 2020 e é uma das regulações mais importantes a supervisionar as práticas de coleta de dados das empresas norte-americanas. Também possibilita que consumidores optem por não permitir que varejistas e outras empresas vendam seus dados pessoais a terceiros.

Além dos varejistas, a lei afeta uma ampla gama de empresas, incluindo plataformas de mídia social como Facebook e Google, anunciantes, desenvolvedores de aplicativos, provedores de serviços móveis e serviços de TV por streaming, e provavelmente irá mudar a forma como empresas se beneficiam do uso de informações pessoais.

A lei segue o controverso Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa, que estabelece um novo padrão de como as empresas coletam, armazenam e usam dados pessoais. A lei europeia deu às empresas anos para se preparar, enquanto a CCPA deu a elas apenas alguns meses.

A Amazon está adotando uma abordagem diferente. Não planejamos colocar um botão "Não vender meus dados" em nosso site, porque a Amazon não está no negócio de vender dados pessoais de clientes e nunca esteve", disse uma porta-voz da empresa em comunicado.

A Amazon lançará um aviso de privacidade revisado e vai acompanhar a aprovação final da nova regra para "entender que sinalização pode ser necessária para informar os clientes como encontrar o aviso de privacidade" em suas lojas, acrescentou a porta-voz.

Uma avaliação de impacto econômico preparada pela promotoria da Califórnia por uma empresa independente de pesquisa afirma que as novas regras vão custar às empresas norte-americanas entre 467 milhões e 16,5 bilhões de dólares entre 2020 e 2030. Estimativas da indústria apontam para custos iniciais de mais de 50 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)PrivacidadeVarejo

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões