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´Não pensamos na Copa e nas Olimpíadas`

Para o presidente mundial da operadora de hotéis Starwood, dono da marca Sheraton, o que chama a atenção no Brasil é a força da economia

Sheraton International Center na China: entre os mercados mais promissores a serem explorados, Matthew Avril aponta Brasil, índia e China (China Photos/Getty images)

Sheraton International Center na China: entre os mercados mais promissores a serem explorados, Matthew Avril aponta Brasil, índia e China (China Photos/Getty images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O americano Matthew Avril, presidente mundial da operadora de hotéis Starwood (que opera 1000 hotéis de bandeiras como Sheraton em quase 100 países), esteve no Brasil há poucos dias para conversar com executivos da rede e com potenciais investidores do setor hoteleiro.

Segundo Avril, o Brasil é um dos países mais sub-representados entre os que a Starwood atua, situação que deve mudar em pouco tempo.

Exame: A Starwood é enorme no mundo, mas pequena no Brasil. Por quê?
Matthew Avril: Temos aqui apenas seis hotéis aqui. Diria que o Brasil é um dos dois países onde estamos mais sub-representados. É uma diferença muito grande entre o que somos e o que queremos ser aqui. Vamos mudar isso.

Exame: Quais são os planos?
Matthew Avril: Não posso falar em números. Mas seremos significativamente maiores do que somos hoje. Não estamos pensando apenas nos turistas que viajarão ao Brasil, mas também nos brasileiros que viajam cada vez mais pelo mundo.

Exame: Essa disposição decorre da escolha do Brasil para sediar a Copa e as Olimpíadas?
Matthew Avril: Esses eventos servirão de aceleradores de investimentos. Haverá melhoras na infraestrutura de avenidas, estradas e transporte público, o que é bom para os hotéis. Mas o principal motivador é a posição do Brasil na economia mundial. Um hotel é um investimento para décadas. Ninguém constrói pensando em dois bons anos para o turismo. É uma aposta no longo prazo.

Exame: Por que vale fazer essa aposta?
Matthew Avril: São várias as razões: as commodities produzidas aqui, os 190 milhões de habitantes, o papel que o Brasil vem representando globalmente. As commodities tornaram-se críticas para o crescimento mundial. Países como o Brasil provêm o combustível para esse crescimento. Vale também lembrar os avanços internos.

Exame: Quais?
Matthew Avril: O Brasil tem tido governos que reduziram a volatilidade da economia. Com mais previsibilidade, o país passou a atrair investidores domésticos e estrangeiros.

Exame: A economia global ainda vive os efeitos da crise. Isso não pode atrapalhar o Brasil?
Matthew Avril: A economia mundial tem perspectivas mais robustas hoje do que em qualquer outra época. Basta olhar o número de pessoas de países emergentes que participam do mercado consumidor. Não sei como serão os próximos seis meses, mas os próximos 10 anos serão fantásticos.

Exame: Nesse ambiente, que outros países têm se destacado?
Matthew Avril: China e Índia. Na índia, assim como no Brasil, também estamos sub-representados. Na China já temos uma presença mais forte, com 60 hotéis em operação e outros 50 em construção.
 

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