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Não há escolha a não ser investir em petróleo, diz CEO da Shell

Empresa tem plano para reduzir emissões de gases, mas sua quantidade de dióxido de carbono emitida subiram 2,5% entre 2017 e 2018

Shell: empresa planeja lançar mais de 35 novos projetos de petróleo e gás até 2025 (Marcos Brindicci/Reuters)

Shell: empresa planeja lançar mais de 35 novos projetos de petróleo e gás até 2025 (Marcos Brindicci/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 21h15.

Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 21h17.

Londres — A petroleira anglo-holandesa Shell ainda vê muitas oportunidades de ganhar dinheiro com petróleo e gás nas próximas décadas, mesmo com investidores e governos aumentando a pressão sobre empresas de energia devido às mudanças climáticas, disse o presidente-executivo da companhia.

Em entrevista à Reuters, Ben van Beurden expressou preocupação de que alguns acionistas possam abandonar a segunda maior companhia de energia listada do mundo motivados pelo que ele chamou de demonização de petróleo e gás e preocupações injustificadas de que seu modelo de negócios era insustentável.

O executivo holandês de 61 anos nos últimos anos tornou-se uma das vozes mais proeminentes do setor que defendia ações contra o aquecimento global após o acordo climático de Paris.

A Shell, que fornece cerca de 3% da energia mundial, definiu em 2017 um plano para reduzir pela metade a intensidade de suas emissões de gases de efeito estufa até meados do século, com base em grande parte na construção de um dos maiores negócios de energia do mundo.

Ainda assim, a quantidade de dióxido de carbono emitida pelas operações da Shell e os produtos que ela vende aumentaram 2,5% entre 2017 e 2018.

Van Beurden rejeitou um coro crescente de ativistas climáticos e partes da comunidade de investidores para transformar radicalmente o modelo de negócios tradicional da empresa anglo-holandesa de 112 anos.

"Apesar do que muitos ativistas dizem, é totalmente legítimo investir em petróleo e gás porque o mundo exige", disse. "Não temos escolha" a não ser investir em projetos de longa duração, acrescentou.

A Shell insiste há muito tempo que a mudança do petróleo e do gás para fontes mais limpas de energia levará décadas, à medida que a demanda por transporte e plásticos segue crescendo. Investidores alertaram, no entanto, que as empresas de petróleo costumam confiar em previsões que subestimam o ritmo da mudança.

A Shell planeja lançar mais de 35 novos projetos de petróleo e gás até 2025, segundo apresentação a investidores em junho.

Petróleo e gás continuam sendo a espinha dorsal dos lucros da Shell, maior empresa listada no índice FTSE de Londres. A empresa é a maior produtora privada do pré-sal no Brasil e a principal sócia da Petrobras na região.

Embora o petróleo e o gás respondam hoje por todo o fluxo de caixa livre da Shell, ele prevê diversificação gradual nas próximas duas décadas. Espera-se que o petróleo e o gás forneçam um terço do fluxo de caixa livre, mas o restante provém de energia e produtos químicos.

Projetos de petróleo e gás, como usinas de processamento, plataformas de águas profundas e usinas químicas, levam bilhões de dólares para se desenvolverem e operarem por décadas.

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