NotreDame Intermédica. (NotreDame Intermédica/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 14h57.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 15h23.
A operadora de planos de saúde Grupo Notredame Intermédica mantém seu apetite para aquisições, mesmo após 12 operações realizadas em 2020. “Não estamos parando. Ainda temos dois meses até o fim do ano”, disse o CEO da companhia, Irlau Machado Filho, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do terceiro trimestre. A empresa tem pelo menos 10 ativos no pipeline e está em negociações avançadas.
Dentre os focos de novas aquisições estão equipamento de saúde em Minas Gerais, que poderão ajudar a verticalizar a operação do GNDI no estado, uma das principais frentes de expansão da companhia, nascida em São Paulo. Várias das aquisições recentes foram no estado. O diretor financeiro, Marcelo Marques Filho, explica que a ideia é reproduzir no estado o movimento que a companhia tem feito no Sul do país, onde tem ampliado sua rede própria.
“Há regiões com um gap de rede que vamos suprir com um mix de crescimento orgânico através de unidades novas e, surgindo oportunidades, também com fusões e aquisições”, disse.
Os executivos ressaltam o a estratégia por trás do plano de expansão da empresa no estado. “Nossa estratégia é criar um corredor entre as capitais de São Paulo e Minas Gerais, não é algo simplesmente aleatório”, afirmou Machado.
Em um período de desafios para o setor de saúde por conta da pandemia da covid-19, o Grupo Notredame Intermédica teve 2,7 bilhões de reais em receita no trimestre, aumento de 24,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Também apresentou lucro de 197 milhões de reais, alta de 97% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O número de beneficiários cresceu 15,5% considerando plano médico e odontológico, e chegou a 6,2 milhões de pessoas, sendo 3,6 milhões no plano de saúde. A sinistralidade ficou em 68,6%, ante 70,6% no mesmo período do ano anterior.
Para reduzir, a sinistralidade o GNDI aposta na ampliação de suas operações próprias. Com isso, chegou a 75% das consultas realizadas na rede própria. Busca também ampliar a operação própria na área de diagnóstico através do NotreLabs e do Ghelfond.
De acordo com a empresa, esse movimento tem internalizado a demanda por exames e ampliado o volume de exames realizados. “A verticalização de exames é muito importante na redução de custos, nosso custo interno é 40% inferior ao que pagamos no mercado”, afirmou o CEO.
Na captação de novos clientes, um foco importante são as pequenas e médias empresas que, segundo Filho, têm sinistralidade bem menor do que as carteiras de grandes clientes.
Dentre as 12 aquisições contabilizadas pela operadora no ano estão acordos firmados no ano passado mas que foram efetivados em 2020, como a do Grupo São Lucas, anunciada em outubro de 2019, e da Clinipam, anunciada em novembro. Dentre todas as aquisições, cinco ainda esperam aprovação do Cade.
O plano da operadora é aproveitar o momento para crescer e fincar bandeiras nas regiões prioritárias para sua expansão. A empresa nasceu em São Paulo, estado onde tem maior presença, e tem focado sua expansão principalmente em Minas Gerais e a região Sul do país.
Das oito aquisições fechadas nos últimos meses, quatro foram de operações em municípios mineiros, com destaque para o sul e o centro-oeste do estado. Outras três aquisições foram de operações em estados du Sul do país, onde o Grupo Notredame Intermédica atua através da operadora Clinipam. As aquisições na região envolvem um hospital em Curitiba (PR), uma operadora de saúde com beneficiários em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e um hospital em Santa Catarina. A oitava aquisição foi no estado de origem da operadora, em São Paulo.