Clientes afirmam que dinheiro "sumiu" de suas contas (MR.Cole_Photographer/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de julho de 2020 às 13h03.
Última atualização em 10 de julho de 2020 às 00h39.
Esta semana, uma brecha de segurança revelada pelo pesquisador de segurança digital Heitor Gouvêa expôs dados pessoais, como número de conta, CPF e nome completo de alguns clientes do Nubank. Os links contendo as informações poderiam ser encontrados em sites de buscas.
Além disso, clientes que fizeram pagamentos de boletos por meio da Caixa Econômica Federal alegaram que parte do dinheiro havia desaparecido de suas contas no banco digital. Mas de acordo com o Nubank, “o erro ocorreu devido a uma falha no sistema da própria Caixa”. A empresa afirma que os erros já foram consertados.
Problema semelhante também foi reportado nesta semana por clientes do aplicativo de pagamento PicPay. Segundo eles, ao tentar fazer a transferência do auxílio emergencial para a plataforma, o dinheiro simplesmente “sumia”. A falha fez com que hashtag #picpaydevolvemeudinheiro entrasse nas trading topics do Twitter. O PicPay informou que parte das operações não estava sendo concluída devido à instabilidade do sistema da Caixa, a partir de onde os recursos eram transferidos.
O Nubank e o PicPay não foram as primeiras e provavelmente também não serão as últimas fintechs a apresentarem falhas técnicas.
Há mais tempo, em 2018, outro pesquisador de segurança cibernética, Rodrigo Laneth, descobriu um erro no Banco Neon que permitia que ataques hackers por meio de redes de WiFi vazassem dados sigilosos como os de cartões de créditos dos usuários.
O próprio Banco Inter, que é uma das maiores fintechs do país e tem capital aberto na bolsa de valores, apresentou falhas técnicas. No ano passado, diversos usuários da plataforma reportaram que os saldos de suas contas correntes haviam sido “zerados” de uma hora para outra.
Em um mercado em plena expansão, de acordo com relatório da Distrito, o número de fintechs no Brasil cresceu 493% nos últimos dez anos e chegou, em 2019, a 742 empresas do setor espalhadas em segmentos como meios de pagamentos, finanças pessoais e investimentos.
Por outro lado, um recente estudo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) elaborado pela consultoria Deloitte revelou que a setor bancário é o segmento privado que mais investe em tecnologia no Brasil, com gastos anuais de cerca de 5,3 bilhões de dólares. A quantia é mais que o dobro do volume acumulado de aportes em fintechs desde 2015, que é de 2,4 bilhões de dólares, segundo a Distrito.