Treinamento: ele é válido, mas só se os líderes também estiverem dispostos a mudar, diz consultor da Dale Carnegie (Thinkstock/Thinkstock)
Luísa Melo
Publicado em 7 de novembro de 2016 às 13h34.
Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 12h55.
São Paulo - De nada adianta investir em treinamentos caros para todos os funcionários se quem os comanda não está disposto a mudar. É isso o que prega Henry Goettert, gerente da consultoria Dale Carnegie.
Ele ministrou um workshop para executivos no evento HSM Expomanagement nesta segunda-feira (7), em São Paulo.
Segundo Goettert, é só com o compromisso da liderança que uma empresa consegue alcançar resultados diferentes no futuro.
"Muitos gestores mandam os funcionários para treinamento, mas acham que eles mesmos não precisam. A verdade é que se o líder não fizer nada [para mudar], a equipe também não vai fazer nada", disse.
O contrário também pouco ajuda. O ditado "técnico bom não ganha jogo" funciona na vida real, de acordo com o consultor. Se a equipe não estiver preparada para colocar as estratégias em prática, nem o melhor chefe do mundo é capaz de realizar mudanças.
Ele citou o caso de uma companhia que precisava de melhores resultados na área comercial e contratou um diretor reconhecido no mercado, formado com o guru de gestão Peter Drucker. Parecia o plano perfeito, mas não deu certo.
"Somente o diretor estava pronto para mudar. A equipe e os demais líderes não estavam. As estratégias eram maravilhosas, mas não aconteceu nada", contou.
O caminho para mudar
No meio de uma situação de crise econômica, como a que o Brasil enfrenta agora, além de cortar custos, as empresas normalmente tomam quatro atitudes para se preparar, segundo Goettert.
A primeira é enviar os funcionários para palestras e workshops, como o que consultor ministrou hoje. Mas isso não garante mudança de comportamento, afirmou ele.
A segunda é contratar consultorias para avaliar o negócio. É uma boa medida, de acordo com Goettert, porque traz conhecimento e expertise para a companhia, mas também não é certeza de sucesso.
A terceira é ministrar treinamentos motivacionais para a equipe. "As pessoas ficam entusiasmadas, mas é um palito de fósforo, acende e apaga rápido", disse.
A única medida que traz resultado é a quarta, de acordo com ele: o líder descobrir o que está fazendo de errado e refletir junto com a equipe para, assim, todos mudarem de comportamento.