Computação em nuvem (thinkstock)
Luísa Melo
Publicado em 26 de outubro de 2016 às 16h56.
Última atualização em 26 de outubro de 2016 às 17h06.
São Paulo - Para a presidente da SAP no Brasil, Cristina Palmaka, nada impede o país de despontar no ramo da internet das coisas, dos objetos conectados. Pelo menos do ponto de vista tecnológico.
"Nos próximos anos, vai haver uma adoção bem acelerada desses recursos no Brasil. Não falta tecnologia. O que falta é as empresas entenderem o que é viável e o que faz diferença para o negócio delas", disse.
A companhia de software já tem alguns projetos nesse sentido por aqui. Um deles é o desenvolvimento de sensores para cultivo, em parceria com a fabricante de máquinas agrícolas Stara.
Fora do país, ela já criou etiquetas que conversam com smartphones para a marca de roupas Under Armour, por exemplo. O produto colhe informações do consumidor e alimenta um aplicativo que dá dicas sobre saúde.
"Hoje todo mundo está preocupado em colocar a tecnologia no centro da sua estratégia, diferentemente de anos atrás, em que ela era só um suporte", comentou Cristina.
Essa transformação digital está acontecendo em todos os setores: na indústria, no comércio e nos serviços – e impulsiona os negócios da SAP.
No último trimestre, as receitas com software globais da empresa foram de 4,45 bilhões de euros, um aumento de 8% frente ao mesmo período do ano passado.
No total, o faturamento chegou a 5,37 bilhões de euros, também uma alta de 8%. Já o lucro operacional caiu 9%, para 1,10 bilhão de euros.
A empresa não abre os números locais, mas diz que teve um crescimento de duplo dígito nas vendas de licença de software no país. Nas soluções em nuvem, o avanço foi de três dígitos.
Os resultados foram impulsionados por um novo sistema de gestão empresarial (ERP) criado pela companhia, o SAP HANA Enterprise Cloud (HEC), plataforma em nuvem que processa dados em tempo real.
Entre os contratos mais relevantes do trimestre estão os fechados com o Carrefour e a CPFL.
A varejista usa os sistemas da SAP para operar sua plataforma de venda online, para marketing digital e conexão com as redes sociais.
O grupo de energia utiliza as soluções para gestão de pessoas e da cadeia de suprimentos.
Para Cristina, a crise econômica também contribuiu para o aumento dos clientes, já que diversas empresas buscam automatizar processos para cortar custos.
"Muitos segmentos têm passado por momentos complexos. Estamos bem próximos dos clientes para entender as necessidades deles. A tecnologia tem um papel fundamental nessa hora", disse.