Diogo Corona, COO da Smart Fit (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 09h02.
Depois de dominar o Brasil, a Smart Fit decidiu extrapolar as fronteiras, mas sem ir muito longe. Sem nenhuma unidade nos Estados Unidos (e sem planos, por enquanto, para entrar no mercado norte-americano), a rede de academias é líder de mercado na América Latina e tem apetite para crescer ainda mais.
No primeiro semestre, a companhia inaugurou 75 novas unidades, incluindo 33 no Brasil, 8 no México e 34 em mercados como Colômbia, Chile e Guatemala. Com isso, a Smart Fit ultrapassa a marca de 1.800 academias em 15 países, atendendo cerca de 5,2 milhões de alunos.
“Ainda há um enorme potencial para crescer na região. Nosso modelo tem mostrado que é possível democratizar o acesso a academias de alto padrão, com mensalidades acessíveis e equipamentos modernos”, diz Diogo Corona, COO do Grupo Smart Fit.
O próximo passo? Expandir sua atuação para fora da América Latina, com a inauguração das primeiras unidades na África. O projeto-piloto no Marrocos levou em consideração fatores como estabilidade econômica e oportunidades de expansão dentro do mercado local.
A sólida expansão da Smart Fit se reflete também nos números financeiros. No segundo trimestre, a rede registrou lucro líquido de R$ 189 milhões, alta de 32%. O Ebitda atingiu R$ 576 milhões, crescimento de 32%, enquanto a receita líquida alcançou R$ 1,79 bilhão, impulsionada pelo aumento de 16% na base média de alunos e pelo crescimento de 10% no tíquete médio.
Fundada em 2009, a Smart Fit desenvolveu um modelo de negócios que alia preços competitivos a uma estrutura de qualidade. Desde 2021, a companhia abriu 843 academias. A previsão é inaugurar 340 e 360 novas unidades neste ano.
O crescimento acelerado da Smart Fit não acontece por acaso. Segundo o executivo, a expansão da rede acompanha o momento favorável do mercado de saúde e bem-estar, impulsionado também pelo aumento da busca por qualidade de vida. A influenciadora (e empreendedora) Manu Cit sintezia esse movimento.
Além disso, o boom dos novos medicamentos para emagrecimento tem estimulado ainda mais a procura por academias, ampliando o interesse pela prática regular de exercícios físicos.
No Brasil, o mercado de análogos de GLP-1 já movimenta mais de R$ 6 bilhões por ano. No mundo, as projeções apontam para uma indústria de mais de US$ 150 bilhões até 2030, transformando as chamadas “canetas emagrecedoras” em um dos pilares de crescimento da nova era farmacêutica.
“A pandemia deixou clara a importância dos cuidados com a saúde, e as novas gerações bebem menos, se alimentam melhor e querem se exercitar. Os novos medicamentos para perda de peso também têm impulsionado a frequência nas academias. Estamos atentos a essas tendências para continuar atendendo às necessidades dos nossos alunos”, diz Corona.
A Smart Fit integra o Grupo Smart Fit, um ecossistema que reúne outras marcas e serviços do setor fitness, como Bio Ritmo, Nation CT e studios premium, incluindo Velocity e Race Bootcamp. Além disso, o grupo oferece a plataforma TotalPass, que conecta mais de 30 mil academias em milhares de cidades, ampliando o alcance e o engajamento dos alunos.
“Nosso grupo atende a diferentes perfis e necessidades do mercado fitness. As experiências e aprendizados das marcas se complementam e nos permitem oferecer uma oferta diversificada, fortalecendo a fidelização dos clientes e ampliando nosso impacto na região”, afirma Corona.
Com a combinação de crescimento acelerado e oferta diversificada, a Smart Fit segue consolidada como líder da indústria fitness na América Latina, com apetite para continuar expandindo, sem abrir mão do equilíbrio entre custo e valor para o consumidor.