Negócios

Na Tiffany, a galinha dos ovos de ouro são os milionários da China

Os chineses vêm sendo os grandes propulsores das marcas de luxo no mundo. Agora sob gestão do LVMH, a Tiffany busca melhorar sua entrada no país

Logomarca da Tiffany: empresa de luxo americana foi comprada pelo grupo francês LVMH (Robert Alexander/Getty Images)

Logomarca da Tiffany: empresa de luxo americana foi comprada pelo grupo francês LVMH (Robert Alexander/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 25 de dezembro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 25 de dezembro de 2019 às 09h00.

A Tiffany projeta crescimento de dois dígitos na China no próximo ano apesar do enfraquecimento da economia, apostando que os consumidores diminuirão as compras de produtos de luxo no exterior e gastarão mais no próprio país.

A varejista dos EUA, que no mês passado aceitou ser comprada pela LVMH por US$ 16 bilhões, acha que o impulso continuará em 2020 após um crescimento “muito elevado” na China continental nos últimos dois anos, segundo o presidente Alessandro Bogliolo. As vendas se beneficiam da intensificação do compromisso da companhia com o maior mercado consumidor do mundo, bem como das medidas oficiais para estimular os gastos domésticos, explicou ele.

“Todos os esforços que o governo chinês fez para aumentar o consumo local, como a redução do imposto sobre vendas, são incentivo para os clientes chineses comprarem localmente, em vez de voarem para o Japão, EUA e Europa para fazer compras”, afirmou Bogliolo em entrevista à Bloomberg Television.

Setores variados — do turismo aos bens de luxo — que dependiam dos gastos chineses no exterior estão precisando reformular suas estratégias diante da desvalorização do yuan e do fato de chineses estarem evitando cidades tomadas por protestos, como Hong Kong e Paris. Companhias de luxo em particular estão expandindo agressivamente dentro do continente para cortejar consumidores chineses que representam um terço da demanda global.

A Kering planeja abrir 14 lojas em seis cidades chinesas para marcas como Gucci e Bottega Veneta. Outras marcas da nova proprietária da Tiffany, a LVMH, também vão entrar em cidades do país.

A Tiffany pretende adicionar “bem poucas” lojas na China em 2020, disse Bogliolo, explicando que a tática é expandir as unidades existentes. Ele foi à China para a reinauguração da principal loja em Xangai, que quase dobrou de tamanho para mais de 900 metros quadrados e se tornou a maior da Tiffany na Ásia.

A varejista americana conta com o lançamento de um website na China para alcançar clientes em cidades menos desenvolvidas, onde a marca não tem lojas.

Segundo Bogliolo, as vendas em Hong Kong sofreram queda de dois dígitos devido aos protestos em favor da democracia. Mas a empresa não está mudando sua estratégia por lá, argumentando que a cidade enfrentou momentos difíceis no passado e se recuperou. “Então, tenho muita confiança em Hong Kong e no seu futuro papel no mundo do luxo”, disse o executivo.

Acompanhe tudo sobre:BloombergChinaHong KongLuxoLVMHTiffany

Mais de Negócios

Franquias no RJ faturam R$ 11 bilhões. Conheça redes a partir de R$ 7.500 na feira da ABF-Rio

Mappin: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil no século 20

Saiba os efeitos da remoção de barragens

Exclusivo: Tino Marcos revela qual pergunta gostaria de ter feito a Ayrton Senna