Empreendimento do grupo Laguna no Paraná (Grupo Laguna/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 06h00.
O ano é de pandemia e crise econômica, mas as construtoras estão se saindo muito melhor do que esperavam, tanto no âmbito nacional quanto regional. O grupo Laguna, do Paraná, que atua no segmento de alto padrão, deve encerrar 2020 com 15% de crescimento das vendas na incorporação, para 150 milhões de reais, com grande foco em apartamentos acima de 2 milhões de reais. A marca também está para lançar um residencial premium voltado para idosos, diante do potencial desse nicho de mercado.
"Ficamos assustados no início do ano, mas fizemos a lição de casa e devemos colher resultados muito bons", diz André Marin Laguna, diretor de incorporações do grupo, em entrevista exclusiva à EXAME.
O grupo atua em diferentes áreas ligadas ao mercado imobiliário, incluindo construção e aluguel de lajes corporativas, por exemplo. No negócio de incorporação, a companhia tem empreendimentos em Curitiba e no interior de São Paulo. Embora o grande foco da divisão ainda seja o de apartamentos acima de 2 milhões de reais, a empresa também está preparando lançamentos de unidades menores, de 50 a 70 metros quadrados.
"Nas crises, o alto padrão é o último a sofrer porque não depende de crédito, a decisão de investimento está mais ligada ao nível de confiança no país", diz Laguna.
O executivo salienta que a pandemia até impulsionou o alto padrão, uma vez que as pessoas começaram a olhar mais para o lar. "Oferecemos conforto acústico e térmico, além de plantas diferenciadas. Isso passou a ser muito valorizado."
Ele acrescenta que num cenário de taxa básica de juros em mínima histórica, a busca por um imóvel com potencial de valorização cresceu. "Os terrenos estão ficando escassos e há quem esteja comprando de olho no futuro para alugar ou revender."
Um nicho ainda pouco explorado, segundo Laguna, é o de residenciais para idosos. Ele afirma que, em 2021, a Laguna vai lançar um empreendimento com duas torres. Uma delas será corporativa, voltada para consultórios e clínicas, com infraestrutura para abrigar equipamentos especializados, portas mais largas, entre outros requisitos para a área médica.
Já a outra torre será residencial, exclusiva para moradores acima 60 anos de idade -- abaixo dessa faixa etária não é permitido morar. A empresa se inspirou em um modelo da Flórida, que privilegia um ambiente agregador, com bastante atividade e até assistência básica de saúde dentro do condomínio.
"Queremos que o residencial traga segurança para o morador e também para os filhos, que podem ficar mais tranquilos. Temos, por exemplo, sensor de queda, um problema comum entre idosos", explica Laguna.
A empresa reserva três lançamentos para 2021 -- incluindo o residencial para idosos -- e espera que o mercado imobiliário fique ainda mais aquecido.
"Tudo indica que o Brasil vai fazer a lição de casa, rumo ao controle fiscal. Com um ambiente propício, o setor continuará aquecido", avalia o executivo.