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Na Cipolatti, o Natal começa em março

Empresa de decoração especializada em Natal se prepara o ano todo para enfeitar mais de 130 shoppings dentro e fora do país

Cipolatti: decoração da empresa no Parque da Água Branca, em São Paulo

Cipolatti: decoração da empresa no Parque da Água Branca, em São Paulo

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 24 de dezembro de 2010 às 05h36.

São Paulo – A empresária mineira Conceição Cipolatti começa o dia cantando “Jingle Bells” e vai dormir cantando “Noite Feliz” há quase 30 anos, desde que fez sua primeira decoração de Natal em um shopping de Belo Horizonte. Pelo menos é assim que ela define como comanda sua empresa de decoração natalina, a Cipolatti.

Este ano, a companhia vai decorar 127 shoppings no Brasil. Para se ter uma ideia, isso significa 31% dos 408 centros de compra existentes no país, de acordo com a Abrasce, a associação do setor. Outros três shoppings no exterior também contarão com os serviços da Cipolatti - no Uruguai, na Argentina e em Angola.

Ela ainda fará decorações em empresas e lugares públicos, como o Parque da Água Branca, na capital paulista. As decorações custam, no mínimo, 100.000 reais. Mas algumas empresas chegam a pagar até 1,5 milhão pelo serviço de decoração especializada.

Enjoa trabalhar apenas com o Papai Noel? Conceição garante que não. “Ao contrário, a cada ano minha criatividade se renova e já temos mais de 500 temas diferentes de decoração natalina em nosso catálogo”.

No Brasil, a lista de shoppings que todos os anos recorrem ao trabalho da Cipolatti inclui grandes nomes como Morumbi e Ibirapuera, em São Paulo, Barra Shopping, no Rio, e ParkShopping, em Brasília. “A variedade de temas é importante para manter a decoração exclusiva em cada um dos lugares”, diz Conceição.

Ajudantes de Papai Noel

Para dar conta do recado, a companhia conta com uma estratégia de atendimento dividida em etapas durante todo o ano. O Natal, para a Cipolatti e seus clientes, começa em março com a escolha dos temas de decoração. Em um espaço de mais de 1.500 metros quadrados, na cidade de São Paulo, a empresa apresenta 90 temas diferentes de Natal todos os anos.

A escolha é feita por eles até julho. A partir daí, a empresa começa os preparativos para a montagem das decorações, por volta de outubro. O número de funcionários nessa época salta dos 400 fixos para quase 2.000. Entre eles, eletricistas, engenheiros, arquitetos, floristas e marceneiros.

“O trabalho do ano todo é montado em até 15 noites e desmontado em até cinco noites, no caso dos shoppings grandes”, afirma a empresária. “Tudo tem de ser rápido para não chamar a atenção das pessoas que circulam pelos lugares decorados”.

Depois de retirados, cerca de 70% dos enfeites são reciclados e aproveitados para o ano seguinte. Nada mal para um negócio que conta com números astronômicos de matéria-prima: 80 toneladas de madeira, 32 milhões de luzinhas, 3,1 milhões de bolas, 9.000 árvores de Natal, 10.000 guirlandas, entre outros acessórios.

De pianista a decoradora

Aos 72 anos, Conceição diz não se arrepender de ter fechado o piano (ela foi pianista profissional por anos) para cuidar da imagem do Papai Noel. Ela fez sua primeira decoração por acaso, a pedido da irmã, dona de um buffet, no BH Shopping, de Belo Horizonte. Era o primeiro aniversário do empreendimento, mas a decoração fez tanto sucesso que a contrataram também para cuidar do Natal.

“Com o tempo, decorações simples foram dando lugar a recursos com mais pompa e tecnologia e os pedidos não paravam de chegar”, afirma a empresária. Hoje, os contratos fechados com redes de shoppings não deixam Conceição esquecer o bom velhinho nem por um minuto. Ainda sim, ela diz que fará a decoração de Natal de sua própria casa, como todos os anos.

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