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Na busca por lucro, Uber fecha escritório em Los Angeles

Com cerca de 80 funcionários, o local era responsável por atendimento ao cliente; o Uber está reduzindo o número de escritórios para aumentar a eficiência

O Uber fechou 2019 com mais um prejuízo, mas também com uma pitada de otimismo para os investidores (Ginnette Riquelme/Reuters)

O Uber fechou 2019 com mais um prejuízo, mas também com uma pitada de otimismo para os investidores (Ginnette Riquelme/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 18h00.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2020 às 18h00.

Depois de se comprometer a atingir o lucro, o Uber está fechando um escritório em Los Angeles, com cerca de 80 funcionários. O local era responsável por atendimento ao cliente, tanto usuários quanto motoristas e este trabalho será transferido para um  centro em Manila, capital das Filipinas.

Os funcionários foram avisados do fechamento em seu último dia de trabalho, sem antecedência, por Ruffin Chevaleau, gerente do escritório de suporte ao cliente no escritório de Phoenix, Arizona.

"Decidimos fechar o escritório em Los Angeles e iremos mover o trabalho de inovação para nosso centro de excelência em Manila, onde conseguimos continuar dando suporte ao negócio em seu crescimento", disse ela, segundo depoimento dado ao Los Angeles Times. 

Os funcionários ganharão pacotes de benefícios e podem se candidatar a outras vagas na empresa de transporte compartilhado. Caso consigam um trabalho em um escritório da empresa em outro estado, o Uber irá pagar pela mudança.

Mais cortes

O fechamento deste escritório é mais uma tentativa da empresa de mobilidade em direção ao lucro. Em seu prospecto de IPO, divulgado há quase um ano, a empresa ressaltou aos futuros investidores que talvez nunca dê lucros. Isso aconteceria devido a uma característica do mercado em que a empresa atua ­- que conta com forte incentivo financeiro para motoristas e descontos em viagens para passageiros.

De lá para cá, a estratégia mudou e o Uber tem buscado provar que seu modelo de negócios pode ser sim sustentável - e até lucrativo. Este mês, a companhia afirmou que prevê se tornar lucrativa entre o último trimestre deste ano e 2021.

Desde maio do ano passado, a empresa cortou mais de mil vagas de trabalho. A última grande demissão havia ocorrido em outubro, com o corte de 350 vagas. Na ocasião, o CEO Dara Khosrowshahi havia dito aos funcionários por email que os cortes faziam parte de uma reestruturação que busca "assegurar que as pessoas certas estão nos lugares certos".

O Uber fechou 2019 com mais um prejuízo, mas também com uma pitada de otimismo para os investidores. No acumulado do ano, o prejuízo do Uber foi de 8,5 bilhões de dólares, incluindo compensações pagas aos acionistas pela abertura de capital na bolsa (IPO) em maio. O faturamento anual foi de 14,1 bilhões de dólares, alta de 28%.

A companhia americana afirmou em conferência com investidores que tem projeção de finalmente alcançar o lucro já no último trimestre deste ano. A previsão anterior era atingir essa marca somente em 2021. “Reconhecemos que a era do crescimento a todo custo acabou”, disse o presidente Dara Khosrowshahi.

A grande aposta para o futuro é em uma combinação entre o já comum crescimento com uma operação mais enxuta. No último trimestre, por exemplo, a empresa gastou menos dinheiro em marketing e promoções oferecidos aos clientes. O Uber também começa a sair de operações pouco lucrativas: a companhia retirou o Uber Eats da Coreia do Sul e vendeu a operação do braço de refeições na Índia.

Após terem caído mais de 30% após o IPO em maio, as ações passaram a subir no último trimestre e estão quase de volta ao patamar da estreia na bolsa.

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