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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
O mercado corporativo brasileiro encerrou 2005 com 386 negócios realizados, entre fusões, aquisições e demais modalidades de parcerias entre empresas. O volume é 7% menor que os 415 acordos anunciados em 2004, de acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC).
Para a PwC, a queda deve-se à forte base de comparação representada pelo segundo semestre de 2004. Mesmo com o crescimento verificado na última metade de 2005, o elevado número de negócios registrados no mesmo período do ano anterior atenuou as comparações. Entre janeiro e junho de 2004, por exemplo, o país registrou 155 negócios corporativos, contra 177 no primeiro semestre de 2005. Já no segundo semestre, a situação se inverteu: em 2004, foram 260 negócios, 24% mais que os 209 registrados em igual período do ano passado.
Apesar do menor número de acordos, o valor médio das transações subiu. Houve 33 operações de grande porte em 2005 aquelas com valor superior a 100 milhões de dólares. Nesse segmento, o valor médio dos contratos foi de 328 milhões de dólares, cifra 25% maior que os 262 milhões observados no ano retrasado.
Entre as negociações enquadradas nesta categoria, estão a aquisição do controle total da cimenteira argentina Loma Negra pela Camargo Corrêa Cimentos, avaliada em 1 bilhão de dólares; e o aumento da participação do grupo francês Casino no bloco de controle do Grupo Pão de Açúcar. Os franceses pagaram 900 milhões de dólares para elevar sua fatia de 24% para 50%.
Controle ainda é o foco
Dos 386 negócios fechados em 2005, 52% referem-se à aquisição de controle de uma empresa por outra. Outros 18% são compras de participações minoritárias. Já as parcerias (joint ventures) representaram 25% do total. Outras formas de acordo somaram 5%. Em 2004, esses percentuais foram de 54%, 19%, 21% e 6%, respectivamente.
No segmento de aquisição de controle e participações minoritárias, as empresas estrangeiras continuam demonstrando uma forte presença. No ano passado, esse grupo envolveu-se em 44% dos 269 acordos registrados pela PwC. A participação manteve-se praticamente em linha com os 43% de 2004. Para a consultoria, trata-se de um patamar mais realista que os níveis de 30% e 35% de participação verificados em 2002 e 2003 resultado da desconfiança dos investidores estrangeiros sobre os rumos do então desconhecido governo Lula.