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Coteminas quer receber dívida de R$ 12,3 milhões do PT

Empresa monta dossiê com cópia de todos os documentos relativos à venda de camisetas na campanha de 2002

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2011 às 12h39.

O presidente da Coteminas, Josué Christiano Gomes da Silva, afirmou a EXAME que comparecerá diante das autoridades para esclarecer a posição da companhia sobre a dívida de 12 milhões de reais do Partido dos Trabalhadores com a empresa, relativa à compra de 2,8 milhões de camisetas na campanha eleitoral que levou ao poder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente José Alencar, pai de Josué.

"Como empresa de capital aberto, é nossa responsabilidade tratar o assunto com a maior transparência possível", disse Josué a EXAME nesta terça-feira (6/12).

Para esclarecer os fatos, ele elaborou um dossiê com cópias de todos as notas fiscais e documentos referentes à encomenda, à entrega e ao pagamento das camisetas. De acordo com a nota de esclarecimento que abre o dossiê, o PT ainda deve à Coteminas 12,3 milhões de reais.

"A Coteminas aguarda posicionamento do PT quanto à liqüidação final de seu débito e tem a segurança, pelo que vem sendo reiterado por todos os dirigentes do partido, que receberá integralmente o valor que lhe é devido", afirma a nota.

De acordo com o dossiê, o total da dívida, no início de 2004, era pouco superior a 11 milhões de reais. No dia 29 de novembro de 2004, o PT enviou à Coteminas uma carta, assinada pelo então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, solicitando renegociação do montante, correspondente a 101 duplicatas relativas à compra das 2,8 milhões de camisetas para a campanha.

Na carta, o partido somava cerca de 1 milhão de reais à dívida e propunha o pagamento em três parcelas, de aproximadamente 4 milhões de reais cada, com vencimentos previstos para os dias 15 de março, 15 de abril e 15 de maio de 2005.

No dia 17 de maio de 2005 pouco antes das denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson sobre o mensalão e o caixa dois do Partido dos Trabalhadores , de acordo com cópias de recibo, comprovantes de depósito e extrato bancário que constam do dossiê, o PT pagou em espécie 1 milhão de reais, ou aproximadamente um quarto da primeira parcela.

Foi o único pagamento que a Coteminas diz ter recebido do partido. Sobre o fato de ter aceitado dinheiro vivo, Josué foi categórico: "A lei nos proíbe de recusar pagamento em moeda corrente e de contestar sua origem". O dinheiro foi, segundo os documentos, depositado e regularmente declarado na contabilidade da empresa.

Depois das denúncias, a Coteminas tentou em várias ocasiões receber o restante da dívida, segundo correspondência que manteve com os sucessivos presidentes do PT, José Genoíno, Tarso Genro e Ricardo Berzoini. A primeira proposta do partido, assinada por Genro, era parcelar os 11 milhões originais em 48 vezes, com uma taxa de juros de 2% ao ano.

A empresa sugeriu então um parcelamento em 12 vezes, com juros de mercado. Genro reiterou mais uma vez sua proposta antes de ceder a presidência do partido a Berzoini. A correspondência se encerra com uma carta de Josué, datada do último dia 25 de outubro, em que pede que sejam retomadas as negociações. 

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