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Musk recebe críticas na China por 'quase acidente' com estação espacial

A estação espacial chinesa Tiangong teve que executar "controles preventivos para evitar colisões" durante dois "encontros próximos" com os satélites Starlink da SpaceX em julho e outubro

Elon Musk, o CEO da Tesla (TSLA34) (Saul Martinez/Getty Images)

Elon Musk, o CEO da Tesla (TSLA34) (Saul Martinez/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de dezembro de 2021 às 06h50.

Os chineses criticaram nesta terça-feira (28) o bilionário Elon Musk, depois que Pequim revelou que sua estação espacial teve que manobrar para evitar colisões com dois satélites da SpaceX, o que representa um golpe para a reputação do empresário.

A estação espacial chinesa Tiangong teve que executar "controles preventivos para evitar colisões" durante dois "encontros próximos" com os satélites Starlink da SpaceX em julho e outubro, de acordo com um documento enviado por Pequim este mês à agência espacial da ONU.

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Nas duas ocasiões, os satélites entraram em órbitas que obrigaram os operadores da estação espacial a mudar de curso, afirma o documento.
Nas redes sociais, os chineses criticaram Musk e suas empresas pelos incidentes.

Os carros elétricos da Tesla, empresa de Musk, têm grande aceitação na China.

"Que ironia que os chineses comprem (carros) Tesla, pagando grandes somas de dinheiro para que Musk pudesse lançar o Starlink e depois (quase) colidir com a estação espacial da China", comentou uma pessoa.

"Preparem-se para boicotar a Tesla", escreveu outro, em uma resposta padrão na China para marcas estrangeiras consideradas contrárias aos interesses nacionais de Pequim.

Alguns especularam que Washington teria anunciado sanções caso os papéis fossem invertidos.

"A estratégia de manobra não era conhecida e os erros orbitais são difíceis de avaliar", afirmou Pequim sobre o satélite envolvido no incidente de outubro. O governo afirmou que atuou para "garantir a segurança e vidas dos astronautas".

Tiangong, que significa "palácio celestial", é a mais recente conquista no esforço da China para virar uma potência espacial, depois de pousar um robô em Marte e enviar sondas à Lua.

O módulo central da estação entrou em órbita há alguns meses e deve estar plenamente operacional em 2022.

A SpaceX, com sede na Califórnia, não respondeu aos pedidos de comentário até o momento.

As manobras evasivas se tornam mais frequentes à medida que mais objetos saturam a órbita próxima à Terra e forçam ajustes de trajetória para evitar acidentes, disse Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

"Realmente notamos um aumento no número de passagens próximas desde que o Starlink começou a ser enviado", afirmou à AFP. Ele acrescentou que uma colisão "demoliria completamente" a estação espacial e mataria todos a bordo.

Musk é admirado na China, mas a reputação da Tesla, que vende dezenas de milhares de carros por mês no país, caiu após uma série de acidentes, escândalos e preocupações com o armazenamento de dados.

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