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Musk não tem vida fácil para reinar no mercado chinês de carros elétricos

Montadoras locais e de outros países se mexem para não deixar a americana Tesla dominar o maior mercado de carros elétricos do mundo

Elon Musk, da Tesla: a China já representa 20% da receita total da montadora americana (Bloomberg/Getty Images)

Elon Musk, da Tesla: a China já representa 20% da receita total da montadora americana (Bloomberg/Getty Images)

A China é o maior mercado de carros elétricos do mundo – do total de veículos de passeio que rodam sem combustível fóssil, quase a metade se encontra no país asiático. Não foi à toa que o bilionário Elon Musk escolheu a China para abrir, no ano passado, a primeira fábrica da Tesla fora dos Estados Unidos. Neste ano, a fábrica construída em tempo recorde nas proximidades de Shangai deve produzir 270.000 carros.

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O Modelo 3, da Tesla, já está entre os carros elétricos mais vendidos no país mais populoso do mundo, dando uma contribuição importante para os negócios da Tesla. O mercado chinês já é responsável por um quinto da receita da montadora, um desempenho que ajudou Musk a se tornar recentemente o homem mais rico do mundo, com um patrimônio líquido de 188,5 bilhões de dólares.

Mas a disputa pelo mercado chinês está ficando cada vez mais acirrada, com montadoras locais e também de outros países dando mostras de que não pretendem deixar Musk reinar sozinho. Nesta segunda-feira, as ações do China Evergrande New Energy, unidade de veículos elétricos da gigante imobiliária chinesa Evergrande, subiram 67% na bolsa de Hong Kong, depois que a empresa levantou fundos equivalentes a 3,35 bilhões de dólares. No ano passado, a Evergrande apresentou ao mercado seis novos veículos elétricos sob a marca Hengchi, e a expectativa é de iniciar a produção ainda este ano.

Outras empresas chinesas de carros elétricos têm buscado capital de forma agressiva para aumentar a produção e assumir a liderança no mercado local. A Xpeng Motors levantou 1,5 bilhão de dólares em uma oferta pública inicial nos Estados Unidos, no ano passado. Neste mês, a BYD, a montadora chinesa de carros elétricos apoiada pelo bilionário americano Warren Buffett, anunciou ter levantado 3,8 bilhões de dólares por meio da emissão de novas ações.

Com o aumento da concorrência, a previsão é que a Tesla feche este ano com uma participação de 15% no mercado chinês de carros elétricos. Com isso, a montadora de Musk ficaria abaixo do consórcio sino-americano Saic-GM-Wuling, cujo modelo compacto Hongguang Mini está com vendas em alta e deve conquistar 20% do mercado. Os modelos de veículos da chinesa BYD, como o Han, e da alemã Volkswagen, com o ID.3, devem atingir participação de quase 10% cada um.

Segundo um estudo da agência Bloomberg, os veículos elétricos representam atualmente 3% das vendas globais de automóveis novos. A previsão é que essa fatia chegue a 10% em 2025, 28% em 2030 e 58% em 2040.

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