Murilo Ferreira, presidente da Vale: executivo acredita que a demanda chinesa fará frente aos bilionários investimentos feitos pela empresa em Carajás (Agência Vale)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2012 às 20h26.
São Paulo - Segundo o presidente da Vale, Murilo Ferreira, os temores sobre a desaceleração da economia chinesa não devem impactar os planos de expansão da companhia. "A imprensa tem dado forte atenção ao PCC - Partido Contra a China", brincou. "Mas aqueles que apostam contra o país estão perdendo há muitos anos. Já vi Estados Unidos e Europa terem problemas, e a China, até agora, continua de pé."
Na semana passada, a Vale anunciou a obtenção de licença ambiental para a mina de Serra Sul em Carajás, no Pará. Avaliado em 40 bilhões de reais, o projeto prevê obras de porto e ferrovia. Reforçando que este é o "maior investimento privado do país", Ferreira acredita que haverá demanda futura para justificar o tamanho do aporte.
Em 2011, a Vale produziu 322,6 milhões de toneladas de minério de ferro - e a China, sozinha, comprou mais de 40% deste total. Com Serra Sul, a expectativa da companhia é elevar a produção em 40% em um prazo de cinco anos. A capacidade do projeto é de 90 milhões de toneladas ao ano, volume próximo ao já extraído na principal mina da Vale em Carajás.
Murilo Ferreira reconhece que os múltiplos da companhia estão baixos em relação às gigantes globais da mineração. Segundo o presidente da Vale, no entanto, os acionistas devem "logo" observar um ajuste no preço dos papéis, puxados, justamente, pelo aval do governo para a mineradora seguir em frente com o projeto de Serra Sul.
Na noite desta quarta, a Vale foi premiada a melhor empresa de mineração da edição especial Melhores e Maiores 2012, da revista EXAME. A avaliação leva em conta o desempenho apresentado no ano passado, quando a Vale embolsou um lucro líquido de 15,3 bilhões de reais - o maior já registrado por uma companhia de capital aberto no país.