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Murdoch se diz envergonhado e pede perdão no Parlamento pelas escutas

O executivo hesitou antes de responder às perguntas, e teve dificuldades para ouvir algumas delas

Murdoch: "É o dia em que me sinto mais humilhado em toda minha vida" (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Murdoch: "É o dia em que me sinto mais humilhado em toda minha vida" (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 12h06.

Londres - O magnata da imprensa Rupert Murdoch e seu filho James Murdoch pediram nesta terça-feira perdão no Parlamento britânico pelos grampos telefônicos do "News of the World".

"É o dia em que me sinto mais humilhado em toda minha vida", confessou o magnata, de 80 anos, ao comparecer ao lado de seu filho no Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns britânica em relação ao escândalo das escutas que causou uma comoção no Reino Unido e ameaça a seu império jornalístico.

O presidente e executivo-chefe da News Corporation, segundo grupo de comunicação do mundo, afirmou que ele não era responsável pelo escândalo e insistiu que "News of the World" representa só "menos de 1%" de seu grupo.

"Não é uma desculpa, mas uma explicação... 53 mil pessoas trabalham para mim", indicou no Parlamento Murdoch, quem em várias ocasiões garantiu desconhecer o alcance dos grampos telefônicos praticados pelo tabloide, fechado há uma semana.

Durante o comparecimento, Rupert Murdoch teve momentos dúbios e hesitou antes de responder às perguntas, algumas das quais parecia ter dificuldades para ouvir.

O dono dos jornais como "The Sun" e a rede americana "Fox" confessou sentir-se "impressionado, horrorizado e envergonhado", quando duas semanas atrás soube que entre os telefones interceptados pelos jornalistas do "News of the World" estava o de uma menina assassinada.

Rupert Murdoch assinalou que a "vergonha" que sentiu pelo ocorrido foi o que levou a decidir há uma semana fechar o tabloide quando este era o periódico mais vendido do Reino Unido, com 2,7 milhões de exemplares.

Em sua declaração, Rupert Murdoch disse que foi convidado pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, a tomar o chá na residência oficial de Downing Street, após a vitória eleitoral de seu partido, o conservador, em 2010, mas comentou que o obrigaram a entrar pela porta dos fundos.

Na campanha eleitoral, Murdoch manifestou seu apoio a Cameron após ter apoiado durante anos ao Trabalhismo.

Entre outras coisas, o magnata da imprensa disse não saber se nos Estados Unidos os telefones das vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 foram interceptados.

Antes do início da sessão, James Murdoch tentou ler uma declaração, mas a postura não foi permitida pelo presidente do comitê, que vai autorizar ele apresentar o documento por escrito.

James Murdoch, presidente da News Corp na Europa e do serviço de TV por assinatura "BSkyB", foi quem falou primeiro, para garantir que no final de 2010 que descobriram novas provas sobre as escutas.

Em 2008 e 2009 não tinham noção que houvesse essa extensão das escutas, garantiu James Murdoch, de 38 anos.

"Nossa determinação é regular as coisas e garantir que não voltam a ocorrer, e ser a empresa que sempre quisemos ser", indicou James Murdoch.

Em certos momentos, James Murdoch quis responder por seu pai às perguntas, o que foi negado porque os deputados consideram Rupert Murdoch o principal responsável pelo império jornalístico do qual fazia parte o "News of the World".

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