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Mundo Verde deve apostar em e-commerce no ano que vem

A companhia, que fechará este ano com 400 unidades no País, decidiu criar um modelo de lojas compacto, em formato de quiosques

Mundo Verde (Mundo Verde/Divulgação)

Mundo Verde (Mundo Verde/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 10h27.

São Paulo - A rede de produtos naturais Mundo Verde, que pertence à família Wizard Martins, prepara uma forte expansão para 2018. A companhia, que fechará este ano com 400 unidades no País, decidiu criar um modelo de lojas compacto, em formato de quiosques, para acelerar o crescimento.

O objetivo da empresa é terminar o ano que vem com 500 unidades, sendo pelo menos 50 no modelo de quiosque, que exigirá um investimento menor dos franqueados. Para 2018 também está previsto o início da operação do e-commerce da rede.

A motivação para a abertura de quiosques, conta o presidente da rede Mundo Verde, Charles Martins, é permitir que a empresa ocupe espaços mais rapidamente, oferecendo uma opção de formato mais barato para os interessados em franquias - enquanto uma loja completa hoje custa pelo menos R$ 400 mil, o quiosque deve sair por, no máximo, R$ 120 mil. A estimativa é que essas unidades garantam o retorno do investimento em 12 meses.

As unidades compactas, que deverão ser abertas sobretudo em shopping centers, vão vender uma seleção dos produtos da empresa, com ênfase em marcas próprias. A estratégia será complementada com uma operação de comércio eletrônico, que terá site na internet e aplicativo para smartphones.

Segundo Charles Martins, hoje cerca de 15% das vendas da Mundo Verde - que deve fechar 2017 com um faturamento de quase R$ 600 milhões - já vêm dos produtos de marca própria. A rede divide esse esforço na marca Mundo Verde Seleção, que hoje já tem 120 produtos, e na Elixir, que tem 32 itens.

A primeira marca é voltada a alimentos e bebidas, enquanto a segunda se concentra em cápsulas voltadas sobretudo para o público feminino. Entre os itens da Elixir estão colágeno e ômega 3. Martins diz que a meta é que as marcas próprias representem 50% das receitas já nos próximos cinco anos.

Fundada há 30 anos, a rede foi comprada pela Sforza, empresa de investimentos criada por Carlos Wizard Martins, pai de Charles, após o empresário se desfazer do Grupo Multi, dono das escolas de idiomas Wizard. Vendido para a britânica Pearson, no fim de 2013, o negócio foi estimado em quase R$ 2 bilhões.

Desde então, a holding - que reúne, além do patriarca, seis dos filhos, incluindo dois adolescentes - começou a diversificar investimentos. Hoje, a holding é dona, por exemplo, das marcas Topper e Rainha (adquiridas da Alpargatas), de uma fatia da rede de idiomas Wise Up e da operação brasileira da rede de fast-food Taco Bell.

Os fundadores da Mundo Verde, os irmãos Jorge Antunes e Isabel Antunes Joffe, abriram a primeira loja no Rio de Janeiro, em 1987. Vinte e dois anos mais tarde, quando já somava 126 lojas, a rede foi vendida para o Axxon Group, fundo de private equity (que compra participações em empresas). Quando os Wizard assumiram o controle, em agosto de 2014, a Mundo Verde tinha a 300 unidades e receita estimada em R$ 400 milhões.

Proposta de valor

Para o consultor Adalberto Viviani, especializado em alimentos e bebidas, o segmento de produtos saudáveis tem um futuro promissor no País, pois ainda faltam varejistas que reúnam esse tipo de produto de forma conveniente.

"A maior parte dos itens da Mundo Verde pode ser encontrada em supermercados, mas, para fazer uma compra completa, o cliente precisa ir a dois ou três lojas", explica. "Outra vantagem é que o consumidor que busca produtos saudáveis está disposto a pagar um valor mais alto."

Com a experiência dos antigos donos da Wizard em franquias, Viviani diz que a Mundo Verde conseguiu criar um sistema organizado, tanto do ponto de vista de lojas quanto de produtos.

"É um negócio que está bem estruturado e gerido. Conseguiu montar mix de produtos e sistema de atendimento que funcionam tanto nos shoppings mais populares quanto nos das regiões mais ricas."As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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