Bitcoin: preço dos ativos é estabelecido exclusivamente pelo comprador e pelo vendedor, dentro do blockchain (SEAN GLADWELL/Getty Images)
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Publicado em 24 de setembro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 18h42.
Imagine que você possa negociar seus ativos a qualquer hora do dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, sem aquela clássica dúvida: o gerente do banco está oferecendo essa aplicação porque ela é boa para mim ou para a instituição para a qual ele trabalha? E por que liquidez na maioria das vezes implica menos rentabilidade?
Essas são apenas algumas vantagens da nova economia digital em relação à tradicional, sem contar a liberdade que o investidor tem de montar uma carteira de ativos digitais da maneira como quiser.
Estamos falando, sim, de moedas virtuais como o bitcoin e o ethereum mas também de um universo cada vez mais diverso em ativos digitais cuja negociação não depende nem de bancos nem de governos e podem ser usados para aquisição de bens e de serviços, ou transacionados entre os participantes da rede, sem intervenção.
Já o preço dos ativos é estabelecido exclusivamente pelo comprador e pelo vendedor, dentro do blockchain, tecnologia a serviço da transparência e da segurança do sistema, pois toda movimentação é registrada nesse banco de dados compartilhado de maneira pública e auditável por 100% dos participantes da rede.
“O blockchain é muito transparente porque você consegue verificar tudo o que está acontecendo nesse grande banco de dados distribuído”, diz Fabricio Tota, diretor do Mercado Bitcoin, exchange que possui 3 milhões de clientes com ativos digitais. E também é seguro, se considerarmos que as criptomoedas não estão sujeitas a falsificação.
Na economia digital, as exchanges cumprem dois papéis simultâneos: de corretora e de bolsa de valores.
De forma similar às corretoras do mercado de capitais, as exchanges surgiram para dar mais segurança às transações de ativos digitais e agregam liquidez, serviço de custódia e intermediação financeira.
E de modo análogo às bolsas de valores, elas organizam um mercado para que as moedas e os produtos financeiros digitais sejam negociados. No fim das contas, os preços e as unidades em transação são determinados somente pela oferta e a demanda dos clientes, sem interferência da corretora no processo.
Ao mesmo tempo, uma vez que as exchanges atuam como as bolsas de valores independentes, é possível ter cotações variando entre plataformas concorrentes.
A regulação do mercado, por sua vez, não está sob a égide do Banco Central nem da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas é feita pela Receita Federal, que obriga todas as exchanges a reportar mensalmente as transações na plataforma, assim como a prestar informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), caso alguma transação fira as políticas de prevenção à lavagem de dinheiro.
“Não tem tributação específica e a regulação hoje é muito mais branda que a do mercado de capitais, que tem muito mais intermediários: bancos, corretoras, gestores de fundo”, diz Fabricio Tota, do Mercado Bitcoin. “Se por um lado esses profissionais têm função, por outro estão diminuindo a rentabilidade do investidor porque cada um deles vai cobrar pelo trabalho. O universo cripto é muito mais enxuto.”
A pandemia de covid-19 alavancou o mercado de ativos digitais ao redor do mundo, na medida em que os governos e os bancos centrais tiveram de tomar medidas para trazer liquidez à economia como um todo diante da despencada do PIB global. Tiveram de imprimir moeda, e com a necessidade de mais dinheiro na praça elas desvalorizaram.
Já o mercado de bitcoins, por exemplo, tem oferta limitada e conhecida de moedas – foram gerados 21 milhões de bitcoins desde que foi criado, em 2009 – e como essa oferta se manteve, valorizou nos últimos meses.
Em outras palavras, a política monetária desse mercado não sofreu com a pandemia. E ele cresce: de acordo com um estudo divulgado em agosto passado pela Chainalysis, consultoria que fornece serviços de análise de dados para redes blockchain, a procura ao redor do mundo por ativos digitais cresceu 880% em 2020.
“O interesse global veio para ficar: cresce a cada dia, com abertura de capital da maior exchange americana e aumento da base de clientes, mas o valor de mercado da economia digital, o market cap, ainda é pequeno”, diz Fabricio Tota.
Segundo o diretor do Mercado Bitcoin, a criptoeconomia como um todo chegou a 2 trilhões de dólares, mas é inferior ao market cap das cinco maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
Para democratizar cada vez mais o acesso a essa criptoeconomia, o Mercado Bitcoin tem à disposição diversos ativos digitais (veja quadro) e uma série de credenciais valorizadas pelos investidores.
Tornou-se o primeiro unicórnio das criptomoedas no Brasil e, em 2020, foi selecionado entre as 25 exchanges mais seguras e confiáveis do mundo em um estudo conduzido pelo Blockchain Transparency Institute (BTI).
Fundado em 2013, o Mercado Bitcoin negociou, até agosto de 2021, um volume de 48 bilhões de reais em criptoativos. O time de especialistas, recrutado no mercado financeiro e na área de tecnologia, assessora 3 milhões de clientes, do quais 95% são pessoas físicas, que podem começar a comprar ativos investindo a partir de 50 reais.
Em termos de volume transacionado, porém, o segmento de alta renda e corporate, com empresas especializadas nesse mercado, corresponde a 30% do volume negociado.
Conheça as categorias de criptoativos negociados na Exchange
Criptomoedas
DeFis: aplicações de blockchain que fornecem serviços similares aos do sistema financeiro tradicional, mas no ambiente de cripto. Por exemplo, empréstimos
Digital Assets: investimentos com dinâmica parecida com a renda fixa, embora não possa ser considerado como tal, cotas de consórcio e precatórios
Fan tokens: ativos digitais em geral ligados a clubes, para promover engajamento dos torcedores com as marcas
Utility tokens: ativos que possibilitam o acesso a produtos e serviços, como benefícios exclusivos e troca por produtos e descontos em parceiros