Projeto da MPX: a usina termelétrica UTE Maranhão III vai entrar em operação em março de 2014 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2012 às 17h21.
Rio de Janeiro - A alemã E.ON e a brasileira MPX sofreram um revés nos planos de construir no Chile uma usina termelétrica abastecida por carvão, após o fracasso de um acordo amigável com oponentes ao projeto de 5 bilhões de dólares.
A termelétrica de 2.100 megawatts está sendo desenvolvida dentro da joint venture entre MPX e E.ON e é vital para a expansão da empresa alemã em mercados de rápido crescimento, já que o grupo enfrenta demanda estagnada na Europa.
Os planos da E.ON e da empresa do empresário Eike Batista de construir essa usina em Castilla tiveram a resistência de moradores locais, que dizem que as emissões da unidade prejudicarão a qualidade do ar e poluirão as paisagens.
Um porta-voz da E.ON declarou nesta sexta-feira que a maior companhia alemã de energia aguarda agora uma decisão final da mais alta instância judicial chilena.
"Ainda não se tomou uma decisão. Estamos confiantes de que o atual alvará de construção continuará válido", acrescentou o representante.
Uma fonte da MPX, empresa brasileira com participação de 75 por cento no empreendimento, disse que a companhia está trabalhando para viabilizar o projeto, com medidas cabíveis para superar os problemas na Justiça.
O fracasso no acordo, confirmou a fonte, ocorreu nesta semana após meses de negociação com grupos opositores ao projeto.
O projeto obteve em fevereiro de 2011 a licença ambiental necessária para ser instalado, mas em março de 2012 a autorização foi suspensa pela Justiça local, baseada em protestos de comunidades da região.
Em abril deste ano, a corte abriu um processo de tentativa de conciliação entre as partes, mas não deu certo. O juiz responsável informou nesta semana que tomará uma decisão em razão do desacordo.
O jornal Financial Times Deutschland noticiou o fracasso no acordo e que a corte deve anunciar a decisão final em agosto.
A MPX tinha informado anteriormente que pode apresentar um projeto menor de energia se a Suprema Corte do Chile se pronunciar contra a usina.
Em março, a MPX informou que o projeto cumpre plenamente todas as normativas ambientais vigentes e que recorreria da decisão à instância judicial superior "no intuito de demonstrar, através dos argumentos legais e ambientais apropriados, que a aprovação da CEA para a licença ambiental de Castilla cumpre todos os requisitos constitucionais".
Também informara que o investimento orçado para controles ambientais para a totalidade do projeto deverá ultrapassar 1 bilhão de dólares, contemplando ainda a criação de duas áreas de proteção ambiental na região, que cobrem mais de 12 mil hectares.